25 de outubro de 2017

O que leva uma pessoa a escolher a medicina como profissão? Para 63,5% dos médicos jovens, recém-graduados nas universidades brasileiras, essa decisão foi pautada pela vontade de fazer o bem. Entre outros motivos que justificam a decisão aparecem, respectivamente, o interesse pelo organismo humano e o processo que leva ao seu adoecimento (54,5% das respostas) e o estabelecimento da relação médico-paciente (41,5%). Esse foi um dos tópicos avaliados em pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM).

O trabalho, que contou com o apoio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), buscou avaliar diferentes percepções dos egressos sob aspectos da vida profissional e sua relação com a medicina. Os dados foram coletados entre setembro de 2014 e outubro de 2015. Nesse intervalo, todos os que se inscreveram nos CRMs foram convidados a responder um questionário específico.

No total, foram validados 4.601 questionários, em um universo de 16.323 médicos inscritos nos CRMs no período. Um dos pontos que se destacou, após a análise dos dados, foi a constatação de que essa população de profissionais manifesta um forte espírito humanista no momento em que se habilita, formalmente, para o ingresso no mercado de trabalho. Outro aspecto que chamou a atenção foi a maneira como os médicos jovens enxergam a rede pública.

Para 46,7% dos entrevistados, caso as condições de trabalho, remuneração e extensão de jornada fossem equivalentes em serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e particulares ou de planos de saúde, a opção seria atuar exclusivamente na rede pública. Na avaliação de 41% dos respondentes, o modelo de emprego seria indiferente. Apenas 12,2% optariam pelo setor privado.

Esse resultado demonstra a influência que o ambiente no qual o médico se insere tem na hora de manifestar suas opções profissionais. Os percentuais também dialogam com os dados da demografia médica, outro estudo também organizado pelo CFM, em 2015. Nele, foram ouvidos 2.400 médicos brasileiros, de diferentes idades e momentos da carreira, e constatou-se que 58,2% deles atuariam no setor público, caso fossem oferecidas as mesmas condições de trabalho da iniciativa privada.

De acordo com o presidente do CFM, os problemas que afetam o sistema público, os quais têm sido denunciados pela autarquia, devem ser solucionados pelos gestores do SUS. Na sua avaliação, a criação de uma carreira de Estado para o médico seria uma solução para esse problema, pois asseguraria remuneração adequada aos profissionais e ainda exigiria que o Poder Público oferecesse infraestrutura de trabalho e acesso à formação continuada. “A implantação efetiva dessa proposta, que está pronta para ser votada na Câmara dos Deputados, beneficia os médicos, a população e até os gestores”, ressaltou Carlos Vital.

Fonte: Jornal Medicina 270 (CFM)

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