Atualmente, vivenciamos os melhores resultados dos avanços no combate ao câncer. Houve maior acesso ao diagnóstico e surgiram novas possibilidades de tratamento, bem como observamos o aumento no tempo de sobrevida dos pacientes. No tratamento sistêmico, a medicina personalizada com alvo molecular e a imunoterapia impulsionam novas drogas inteligentes e obedecem às melhores evidências, apresentando-se mais eficazes e menos tóxicas. Entretanto, há um desequilíbrio entre este entusiasmo e seu ônus.

Embora algumas drogas permitam ultrapassar a expectativa de vida do paciente, muitas dessas novas tecnologias não se tornam disponíveis para toda a população. Ao mesmo tempo em que observamos a incorporação de novas tecnologias que aperfeiçoam seus resultados, também assistimos ao descompasso entre a medicina pública e o setor privado. Além disso, o custo do tratamento contra o câncer tem se tornado impraticável para o SUS, convênios e mesmo para os mais afortunados. Ainda, na maioria das vezes, quem paga a conta não é o paciente, mas a sociedade. A pergunta é: quanto se deve investir para prolongarmos a sobrevida do paciente? Refazendo a mesma pergunta: quanto você pagaria por mais um ano extra em sua vida?

De outro modo, estamos carentes de maciças ações de prevenção e detecção realmente precoce do câncer, as quais podem salvar mais vidas do que qualquer tratamento. Ademais, há uma escassez sistemática de serviços de cuidados paliativos para nossos pacientes, o que poderia desonerar as unidades de urgências e internação, além de melhorar a qualidade de vida domiciliar do paciente. Além disso, encontramos diversos entraves burocráticos e culturais contra a Pesquisa Clínica, um importante parceiro pactuado no tratamento contra o câncer, que permitiria o acesso aos melhores tratamentos e contribuiria para a descoberta de novas medicações.

Como diversas outras especialidades, a oncologia busca tornar o câncer uma doença crônica. Por isso, a educação continuada é indispensável para consolidar a medicina baseada em evidências, multidisciplinar e integrativa contra o câncer, na rede pública e privada, fundamentada na fármaco-economia. Nesse sentido, convidamos todos a participar do Simpósio de Oncologia NE 2014, que será realizado no dia 17 de Outubro de 2014, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa – PB (Acesse: www.oncologiane2014.com.br). Sugerimos que todos se envolvam em toda a programação para uma melhor compreensão global dos avanços, dos problemas e das perspectivas entre outras especialidades, com atualização sobre importantes temas e sua compreensão para incorporação em nossa prática diária. Ainda, às 14:00 horas do dia 16 de outubro, receberemos no Auditório do Conselho Regional de Medicina, a Dra Maria Goretti Maciel, Presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, para conversarmos sobre “A Missão e os desafios dos Cuidados Paliativos no Brasil”.

Thiago Lins Almeida CRM 5878

Médico Oncologista Clínico – Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica

Spotify Flickr Facebook Youtube Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.