25 de novembro de 2011

A Sociedade Paraibana de Pediatra (SPP) está denunciando – através de um e-mail qualificado como um “pedido de socorro” – mais uma crise da saúde, desta vez no Serviço de Neurocirurgia do Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa. Segundo a presidente da SPP, Kátia Laureano, os pediatras que acompanham os recém-nascidos com malformações e tumores cerebrais estão conseguindo encaminhar seus pacientes ao serviço “na base da amizade”, enquanto que os neurocirurgiões estão exercitando a “escolha de Sofia” (por causa da demanda crescente de casos, estão tendo que decidir quem operar primeiro). Hoje, em torno de 40 crianças aguardam na fila por uma cirurgia. A espera pode gerar sequelas e até mortes, dependendo do caso. 

A SPP notificou, esta semana, a Secretaria de Saúde do Estado (SES), o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado (MPPB) e o Conselho Regional de Medicina (CRM) para que possa ser garantida a estruturação do sistema de regulação de cirurgias. O que os pediatras querem é que seja definido um fluxograma que facilite a transferência das crianças das maternidades públicas onde nascem para o Arlinda Marques. Eles também pedem a ampliação do serviço. 

“Há mães internadas há meses em maternidades públicas, tentando ter uma resolutividade nos casos de seus filhos e elas passam por momentos desalentadores, com frustrações e desapontamentos que nos fazem repensar sobre o nosso papel efetivo, enquanto profissionais de saúde e até mesmo enquanto cidadãos e seres humanos. Muitas vezes, pegamos o nosso celular e ligamos para os colegas neurocirurgiões em busca de vagas para os nossos pacientes. É preciso que essa transferência obedeça a um protocolo pré-estabelecido, porque são várias as tentativas feitas, o que gera muito estresse aos pediatras, aos neurocirurgiões e às famílias. É fato também que o Arlinda não está conseguindo mais abranger toda a demanda da Paraíba, o que pode piorar, cada vez mais, o prognóstico destas crianças”, disse a presidente da SSP, Kátia Laureano. 

RESPOSTA DO ARLINDA

Segundo o chefe da equipe de neurocirurgia do Arlinda Marques, Christian Diniz, o hospital, há mais de dois anos se consolidou como a referência para neurocirurgia no Estado, que deixou de encaminhar pacientes a outros Estados. “Antes, a gente não tinha fila, porque o serviço não existia. Hoje, fazemos, em média, seis cirurgias semanais, operando dois dias da semana. Vamos ampliar esse número, acrescentando mais um dia de cirurgia. Se o Arlinda atendesse apenas neurocirurgia, seria mais fácil, mas é o único hospital infantil de referência também para outras especialidades”, explicou, acrescentando que a espera para neurocirurgia de urgência não existe, porque os procedimentos são feitos imediatamente. Os casos menos graves podem esperar até 40 dias. 

INFORMAÇÕES SOBRE O SERVIÇO

O Serviço de Neurocirurgia do Arlinda Marques foi implantado em junho de 2009, atendendo apelo dos neurocirurgiões que precisavam recorrer ao Hospital São Vicente (de adultos) para operar seus pacientes ou pedir favor a colegas de outros Estados. Deste período até novembro de 2009, foram registradas 186 cirurgias. Este ano, até o fechamento desta edição, a Assessoria de Imprensa da SES não havia fornecidos dados sobre o total de cirurgias realizadas este ano. 

CURIOSIDADE 

“A Escolha de Sofia” é o título do filme que conta a história de uma mulher judia que, no campo de concentração nazista, precisou escolher qual dos dois filhos seria morto.

Fonte: Correio da Paraíba

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