Sete hospitais no Estado estão interditados eticamente pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) por causa de irregularidades como falta de recursos humanos, de infra-estrutura, e falta de equipamentos. São eles: a Unidade Médico Hospitalar de Gurjão; a Fundação Médico Hospitalar do Congo; Hospital Municipal Sancho Leite, em Teixeira; os hospitais e maternidades Sabina Candeia, em Quixaba, e Manoel Madruga, em Serra da Raiz; o Berçário do Hospital Regional de Cajazeiras; e a UTI do Hospital Santa Isabel, em João Pessoa. A denúncia foi apresentada ontem em entrevista coletiva feita pelo CRM, na capital, em que foi divulgado um relatório mostrando a situação da saúde pública nos 113 municípios paraibanos vistoriados pelo conselho. A coletiva fez parte do Dia Nacional de Protesto promovido pelas entidades médicas em todo o País em defesa do SUS. De acordo com o CRM, os pequenos municípios do interior do Estado são os que mais sofrem com a falta de infra-estrutura e falta de profissionais de saúde. \”Não existe na Paraíba nenhuma unidade hospitalar pública capaz de atender na integralidade a população\”, disse o coordenador do Departamento de Fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa. Segundo o relatório, em Gurjão e em Teixeira, por exemplo, além da falta de equipamentos, de insumos e de recursos humanos, foi detectada a falta de laboratório e de serviço de radiologia. Em Teixeira, interditada no dia 10 de agosto pelo CRM por falta de equipe médica, sendo verificado ainda ausência de comissão de controle de infecção hospitalar e esterilização em desacordo com normas da Vigilância Sanitária. No Congo, o hospital foi interditado por falta de uma equipe médica que atenda 24 horas; em Quixaba, o conselho denunciou equipe médica incompleta e centro cirúrgico desativado. Outros sete hospitais que haviam sido interditados, já foram liberados, em Mamanguape, São João do Cariri, Guarabira, Cajazeiras, Cabedelo e João Pessoa (UTI pediátrica do Arlinda Marques e a maternidade Frei Damião). O presidente do CRM-PB, Dalvélio de Paiva Madruga, ressaltou também que cerca de \”70% a 80% dos municípios não têm condições de se sustentar e manter seus serviços de saúde\”, e criticou também o \”descompromisso dos gestores em relação à saúde\”. \”Muitos gestores municipais e estaduais no País não cumprem o que está explicitado na Constituição Federal\”, reclamou Dalvélio. Apesar disso, segundo o relatório, em João Pessoa, também se verifica problemas de infra-estrutura e falta de equipamentos nos hospitais da capital. Além desses problemas, a cidade tem mais médicos do que preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo o presidente do CRM. Ou seja, 63,21% dos médicos do Estado estão na Grande João Pessoa. O presidente do Sindicato dos Médicos, Tarcísio Campos, e o presidente da Associação Médica da Paraíba, Fábio Rocha, denunciaram que o repasse para a cardiologia – para cardiologistas e anestesiologistas – referente ao mês de agosto ainda não foi repassado, nem para a clínica Dom Rodrigo nem para o Santa Paula. O secretário Geraldo Almeida, entretanto, disse que o Estado está repassando mensalmente R$ 94 mil para o Fundo Municipal de Saúde, para esse fim. Geraldo Almeida, anunciou também para o mês de dezembro o lançamento do Plano de Urgência e Emergência do Estado da Paraíba e também ressaltou que a responsabilidade pelos municípios que têm gestão plena é dos governos municipais. \”O Estado é responsável pela fiscalização desses municípios\”, disse. O secretário disse ainda que o Estado já está fazendo repasses de 12,53% dos recursos para aplicação na Saúde, mais do define o Ministério da Saúde. Sindicato diz que BR-230 é uma ‘via da morte’ O presidente do Sindicato dos Médicos de Campina Grande, Eleumar Menezes, denunciou ontem que a BR-230, principal rodovia que corta o Estado da Paraíba, \”é uma gigantesca via da morte\”. Ele se referia a agonia dos pacientes que deixam o interior do Estado em busca de socorro na Capital e em Campina Grande. A revelação foi feita ontem, durante entrevista coletiva em Campina Grande também dentro das atividades do Dia Nacional de Protesto dos Médicos do SUS. Segundo ele, os pacientes que saem, por exemplo de Cajazeiras, Sousa, Catolé do Rocha, no Alto Sertão paraibano, para serem atendidos nos hospitais públicos de Campina Grande e João Pessoa, justamente pelo fato dos municípios terem um atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) precário. Eleumar exemplificou outro caso de paciente com asma, residente em Aroeiras (Cariri), que veio a Campina Grande, distante 60 km, para tomar uma nebulização. \”Justamente porque o gestor municipal daquela cidade não conseguiu pactuar o serviço\”, assinalou. A coletiva contou com a participação do vice-presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM/PB), Norberto José da Silva Neto e da presidente da Sociedade Médica de Campina Grande, Alana Abrante. Os profissionais reclamam de baixa remuneração e falta de condições de trabalho. Apesar da mobilização, que envolveu somente no Estado da Paraíba, 4.500 médicos, dos 6.200 inscritos no CRM, a população não foi prejudicada, já que o atendimento nos hospitais foi mantido. Por enquanto, as entidades médicas também não cogitaram entrar em greve em âmbito estadual.

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