A sociedade não está preparada para atender as pessoas com elevado sobrepeso. Carros, aviões, ônibus, táxis – quase nenhum deles possuem equipamentos dimensionados para o grande obeso. E isso se reflete até nos serviços de saúde, que também não estão preparados para atender um público crescente.

 Em João Pessoa, por exemplo, 50% da população está acima do peso e 14% desse total é considerado obeso – conforme informações do estudo da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel) 2011 , do Ministério da Saúde (MS).

 “As reclamações quanto à inadequação da estrutura de muitas clínicas e hospitais – no Estado – é grande. Ao chegar nesses locais, o obeso sempre tem que procurar um sofá, algo maior e mais resistente, pois as cadeiras são comuns e não suportam o peso dele”, comentou a fundadora da comunidade disseminada nas redes sociais, ‘Bariátricos na Paraíba’.

 O grupo, que reúne mais de 80 pessoas que fizeram ou que tem interesse de fazer a cirurgia de redução de estômago, realiza encontros periódicos, nos quais são externados todos os constrangimentos vividos pelo obeso em diversos espaços – entre eles os de saúde.

 Para o diretor de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina (CRM), Eurípedes Mendonça, a sociedade não está preparada para atender os obesos. “Os leitos dos hospitais regionais e o de urgência são adequados para esse tipo de paciente porque atendem aos padrões do Ministério da Saúde, mas não conheço nenhum que tenha toda a estrutura específica para atender obeso”, afirmou.

 Em quatro de junho último, a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) aprovou um projeto de lei determinando que os hospitais e pronto-socorros tenham macas e cadeiras de rodas dimensionadas para obesos. Foi dado um prazo de aproximadamente quatro meses (120 dias) para adequação. No entanto, o tempo é considerado curto pelas autoridades da área de saúde.

 A gerente Executiva de Atenção à Saúde da SES, Patrícia Assunção, afirmou que é impossível, em se tratando de estrutura hospitalar, fazer uma adequação tão rápida. O Estado não tem nenhuma unidade credenciada no MS como de Assistência de Alta Complexidade ao Paciente Portador de Obesidade Grave.

 “Os hospitais recém-construídos e aqueles que estão em vias de serem entregues já estão preparados para atender os pacientes portadores de necessidades especiais e os obesos, a exemplo do Hospital de Trauma de Campina Grande”, afirmou Patrícia Assunção, ao enfatizar que embora o Estado não tenha hospital referenciado no atendimento ao obeso, esse tipo de paciente nunca deixou de ser assistido nas unidades de saúde pública estadual.

Fonte: Jornal da Paraíba

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