Veja se o leitor se identifica com este cenário. São 10 horas da noite, você e companhia bela decidem se refestelar em um conceituado rodízio de pizzas. Para ajudar a “descer” a massa você pede um litro de refrigerante. Os de cafeína são os preferidos. São 11 horas e dos 50 sabores ofertados, a turma só degustou 18 fatias. E ainda não venceram todas as massas salgadas. Dos três compartimentos do estômago, você preencheu apenas dois – o antro e o corpo – mas surge um empachamento inoportuno. Você pára por alguns segundos, repousa o garfo sobre a mesa, respira fundo, toma mais um gole de refrigerante e conclui: devo continuar até porque o valor cobrado é imutável. Em atenção à Lei do Gerson – aquela de levar vantagem em tudo – o senhor comensal vai ao sanitário tentar aliviar os indesejáveis gases e até quem sabe ficar um pouco mais leve, na esperança de esvaziando o intestino, o terceiro compartimento do estômago se mostre receptivo à entrada de mais alimento. Os fisiologistas ensinam que o desafio maior dos que comete o pecado da gula é encher o terceiro compartimento gástrico. Curiosamente é chamado de fundo, ou fórnix, embora não seja o setor de maior declive, muito pelo contrário. Normalmente, o fundo estomacal é preenchido por gases e é vizinho ao coração. A “bomba da vida” é separada do estômago apenas por uma parede muscular chamada de diafragma Tal intimidade anatômica fez com que o orifício de entrada do estômago fosse batizado de cárdia. As leis da física são implacáveis: dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Logo as deliciosas e calóricas pizzas doces disputarão com os gases a derradeira câmara gástrica. Se o leitor se enquadrou na situação acima descrita, em nome do livre arbítrio, tem todo o direito de continuar com esta prática nociva à saúde. Mas é dever daqueles que militam na área da saúde – o autor incluso – alertar para as conseqüências da recorrência do ato. É chover no molhado afirmar que a obesidade é um problema de saúde pública. O diabetes mellitus e a hipertensão arterial sistêmica idem. Mas por quê? Costumo repetir para os meus alunos da disciplina de Gastroenterologia do curso de Medicina da UFPB o sábio ditado: “café da manhã de um rei, almoço de um príncipe e jantar de um mendigo”. Ora a última refeição deve ser parcimoniosa, pois à noite o estômago, como os demais órgãos, precisa de um repouso, uma vez que suas funções estão reduzidas em relação ao período diurno. Tenho a convicção que, em um futuro não muito distante, a sociedade considerará o pecado da gula um crime e em nome do combate à obesidade e suas doenças correlatas disciplinará em lei, medidas educativas aplicáveis nos bancos escolares e proibição de propaganda de alimentos e até dos rodízios de pizzas, frutos do mar e carnes. Quem será o primeiro vereador ou deputado a propor tais leis? É uma questão de tempo… Soluções para a saúde Segundo o pediatra e médico de saúde pública Dr.Gilson de Carvalho de São Paulo, para resolver os problemas de saúde no Brasil não existe saída única. As saídas são múltiplas, com maior ou menor importância de um dos mecanismos em cada esfera de governo e em cada estado ou município: 1) mais recursos; 2) mais modelo SUS; 3) mais eficiência: 4) menos corrupção; 5) mais Brasil: desenvolvimento com justiça social. Segurança Não bastasse o contato freqüente com mortes e o risco de contágio, os médicos convivem cada vez mais com situações de ameaça à sua segurança. Vez por outra um médico é assassinado no seu ambiente de trabalho. O CFM, o Sindicato Nacional dos Médicos e a AMB precisam com urgência imaginar estratégias para evitar novas tragédias. Procurando seu médico Com o endereço www.saudeaqui.com qualquer internauta pode escolher o médico de sua preferência. Naquele portal encontramos um breve currículo do profissional, relação dos convênios e os horários que ele atende tudo atualizado em real time além de artigos e entrevistas. Para ter seu nome no endereço citado o médico precisa se associar para ter seu nome divulgado. Descoberta promissora Cientistas espanhóis do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas na Espanha conseguiram decifrar o epigenoma do câncer de intestino que possibilitará o desenvolvimento de novas drogas contra este tipo de tumor. Já se supunha a existência de uma predisposição familiar para o tumor. Flashs da história da medicina no Brasil O conde Johann Mauritius van Nassau-Siegen conhecido entre nós como o conde Mauricio de Nassau chegou ao Brasil em Janeiro de1637. Na sua comitiva trouxe cientistas, sábios, artistas e o médico Willen Piso. O conde, que era coronel, tinha sólida formação humanista com curso de teologia, matemática, música, esgrima e equitação. Piso, médico particular de Nassau, estudou a fundo as doenças tropicais e a flora medicinal do Brasil. Investigou o clima e as estrelas do Hemisfério Sul. Em 1648 publicou em Leiden na Alemanha o livro Historia Naturalis Brasiliae integralmente escrito no Brasil e considerada obra monumental na época.

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