Mais duas inspeções foram realizadas, pela Promotoria de Defesa dos Direitos da Saúde de João Pessoa. A primeira ocorreu no Hospital São Luiz onde ficou constatado que 70% das irregularidades constatadas em inspeção realizada em dezembro do ano passado foram sanadas. A segunda foi na Unidade de Saúde da Família Mandacaru 9, onde a equipe de fiscalização detectou a estrutura precária do local.

Segundo o promotor João Geraldo Barbosa, a apoiadora da unidade Janaína Japiassu informou que, em 45 dias, a unidade de saúde de Mandacaru vai se mudar para um prédio alugado na mesma rua. “O atual prédio está em situação precária. Há infiltrações e mofos em todas as paredes e tetos. Falta acessibilidade como barra de apoio nos sanitários e rampas, o piso é inadequado e incompleto em alguns cômodos. Uma coisa que chamou a atenção é que em um pequeno espaço funcionava a farmácia, a marcação de exames, a sala de curativos e a cozinha, sem paredes ou divisórias”, disse.

O promotor informou ainda que que a unidade possui uma médica e uma odontóloga e a enfermeira está de férias. O Corpo de Bombeiros detectou dois extintores de CO2 em local inadequado (no chão), bem como a necessidade de dois extintores de água e um disco de sinalização. Também foi constatado um armário para material de expediente que continha kits para coleta de exame citológico.

A unidade só possui um autoclave para esterilizar instrumentais odontológicos e de enfermagem, o que acarreta, segundo o promotor, possibilidade de infecção cruzada. No consultório odontológico, existem canetas quebradas, exatamente as destinadas a limpeza dentária. A odontóloga Kátia Virgínia Medeiros disse ao promotor que não era concursada, mas contratada para prestar serviço na unidade e fez um apelo para que medidas sejam tomadas para sanar a estrutura precária do consultório.

João Geraldo disse ainda que, no último sábado (9), houve uma queda de galho sobre a rede elétrica e a energia da unidade de saúde só foi restabelecida ontem (13) fazendo com que todas as vacinas fossem perdidas. “A Promotoria da Saúde espera que a gestão municipal de saúde tome as medidas necessárias para efetivar a mudança anunciada pela apoiadora, possibilitando assim, dentro do prazo dito, que possamos fazer uma inspeção que comprove à sociedade que unidade de Mandacaru esteja funcionando da forma correta garantindo o atendimento básico exigido na legislação do SUS”, concluiu o promotor, ressaltando que a Vigilância Sanitária Municipal não compareceu à fiscalização.

 

Hospital São Luiz

Quanto ao Hospital São Luiz, o promotor da Saúde destacou que, entre as irregularidades sanadas, está a recuperação da estrutura do prédio que se encontrava com pintura nova, sem infiltrações e rachaduras. O Conselho de Nutrição atestou a melhora na estrutura da cozinha e que as atividades obrigatórios do nutricionista vêm sendo atendidas. Já o Conselho Regional de Farmácia não encontrou medicamentos fora da validade.

“Apesar de a Vigilância Sanitária Municipal mais uma vez não comparecer, era visível a boa higienização dos ambientes do hospital. O Corpo de Bombeiros constatou que os extintores forem recarregados, estão na validade e já foi colocada a sinalização deles”, informou João Geraldo.

Entre os problemas que persistem estão a falta de assistente social e a reclamação dos pacientes da pouca quantidade de roupa hospitalar.”Verificou-se ainda, pelo Corpo de Bombeiros, a necessidade de um projeto de combate e prevenção a incêndio e pânico e falta de grupo gerador. Já o Crea evidenciou a necessidade de realização de projeto que adeque a acessibilidade na estrutura que é antiga por um profissional com conhecimento da estrutura hospitalar”, declarou.

O Conselho de Farmácia detectou a necessidade de imediata instalação de ar-condicionado na farmácia do hospital e balcão para dispensação de medicamentos. Já o Conselho de Fisioterapia requisitou a relação do pessoal que presta serviço através de clínica terceirizada e esclarecimentos sobre a realização de estágio do fisioterapia.

O diretor-geral Francisco Carneiro Braga juntamente com Walter Paiva informaram que estas irregularidades ainda não foram sanadas por causa de dificuldades financeiras e serão consolidadas em breve. “Por outro lado, os dois administradores afirmaram que mantiveram contato com a secretária Roseana Meira que autorizou ao Sistema de Regulação o credenciamento pelo SUS de mais 20 leitos que poderão servir de retaguarda, atendimento clínico e na referência do hospital, que é o tratamento de doenças pulmonares. Também foi autorizado mais um leito para cirurgia. Eles disseram que o acerto ainda é verbal e só entrará em prática após a reforma e adequação das instalações e acomodações dos pacientes por parte do hospital, cuja gestão para a contratação destes serviços já foi iniciada ”, disse o promotor.

 

“Qualquer aumento no número de leitos na grande João Pessoa, uma vez consolidado, atesta uma garantia futura de que serviços de saúde pública venham a funcionar em breve a contento, tendo em vista que, a toda ação corresponde uma reação, no momento em que modernas decisões da gestão da saúde pública são tomadas pelo gestor estadual, como é o caso da tomada recentemente no Hospital de Trauma, com certeza acarretará consequências na média e baixa complexidades, pois impõe a existência de mais leitos para a retaguarda da alta complexidade e para atendimento de menor complexidade. O SUS é um somatório destas complexidades e, quando gestor acerta, garante a efetividade do sistema a começar da assistência básica”, comentou João Geraldo.

 

Fonte: Paraíba.com

Spotify Flickr Facebook Youtube Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.