Pesquisa de vacina terapêutica contra a Aids tem primeiros resultados animadores Adriana Melo Um estudo feito em conjunto por pesquisadores brasileiros e franceses chegou a uma vacina terapêutica promissora para combater a Aids. A nova vacina de células dendríticas ainda terá que passar por outros testes clínicos, mas os primeiros testes em humanos mostraram que ela é capaz de diminuir a carga viral e aumentar o número de células de defesa do organismo de pacientes que não tomavam outros medicamentos contra o HIV. Em uma conferência nesta quarta-feira (03/05) no 1º Simpósio Internacional de Imunobiológicos e Saúde Humana, os pesquisadores Luiz Cláudio Arraes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Ernesto Marques, do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), falaram sobre a nova vacina. As células dendríticas fazem parte do sistema imunológico. Em uma infecção viral aguda, elas apresentam os antígenos celulares em sua superfície, o que desencadeia a destruição das células infectadas, capacidade que é perdida quando a doença se torna crônica. Na preparação da nova vacina, os pesquisadores utilizam os vírus do próprio paciente (vírus autólogo). É feita uma cultura desses vírus, que são purificados, inativados e usados para alimentar células dendríticas também retiradas do paciente. As células, então, digerem o vírus morto e apresentam o antígeno em sua superfície. As primeiras fases da pesquisa foram realizadas na Universidade de Paris. Estudos in vitro foram feitos em 2000 e 2001. De 2001 a 2003 foram feitos testes com macacos. A UFPE só começou a participar do estudo a partir da primeira fase de testes em humanos, de 2002 a 2005. Nessa fase, os mesmos exames foram realizados simultaneamente em Paris e no Recife. Para participar dos testes da vacina, foram selecionados pacientes soropositivos há mais de um ano e que nunca haviam tomado nenhum tipo de anti-retroviral. Nem todos os pacientes responderam ao tratamento, mas em cerca de metade dos pacientes a carga viral caiu. Além disso, nestes pacientes, aumentou o número de linfócitos CD4 e CD8. Ainda não se sabe porque a vacina não teve o mesmo efeito em todos os doentes e essa é uma das questões a serem resolvidas nas próximas fases da pesquisa. O problema é que, apesar do sucesso dos primeiros testes, não há verbas para continuar os estudos. “A vacina terapêutica vai contra a lógica financeira da indústria farmacêutica. O sucesso de uma vacina significaria a diminuição na venda dos anti-retrovirais. E como é praticamente impossível patentear uma descoberta como esta, a vacina não daria lucro”, disse Arraes. Fonte: http://www.fiocruz.br/ccs/novidades/mai06/simposio3_ccs.htm

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