26 de setembro de 2011

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2008, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) afetavam 59,5 milhões de brasileiros (31,3% da população do país). Na Paraíba, 29,5% da população declararam ter alguma doença crônica, sendo o maior número em pessoas de 50 a 64 anos de idade (8,3%). O Ministério da Saúde (MS) lançou um plano de enfrentamento às DCNT, priorizando as doenças cardiovasculares, respiratórias, diabetes e câncer. O plano é para este e o próximo ano, e tem o objetivo de preparar os brasileiros para evitar e deter, nos próximos 10 anos, essas doenças. De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), em uma década, o número de óbitos das quatro doenças aumentou na Paraíba. 

De acordo com dados do Datasus, de janeiro a julho deste ano, as quatro doenças crônicas priorizadas pelo MS levaram à internação 35.930 paraibanos: 11.362 com doenças do aparelho circulatório, 18.005 com doenças do aparelho respiratório, 1.976 com diabetes mellintus e 4.587 com algum tipo de câncer. Segundo o SIM, este ano, 8.651 paraibanos faleceram em decorrência de alguma dessas DCNT: 4.421 por problemas do aparelho circulatório, 1.310 no aparelho respiratório, 1.064 por diabetes mellintus e 1.856 devido a alguma neoplasia.

 Na Paraíba, em uma década, os óbitos por doenças crônicas aumentaram. Segundo dados do SIM, em 2001, 1.162 paraibanos morreram em decorrência de neoplasia e, em 2010, o número pulou para 3.145, um aumento de 170,65%. As doenças do aparelho circulatório vitimaram 3.389 paraibanos em 2001 e, em 2010, 7.378 morreram em decorrência dessas doenças (aumento de 117,70%). Em 2001, 1.043 paraibanos morreram em decorrência de alguma doença do aparelho respiratório e, dez anos depois, o número de óbito passou para 1.967 (88,59% de crescimento). Já a diabetes mellintus foi a causa da morte de 706 pessoas em 2001 e, ano passado, o número passou para 1.701 (aumento 140,93%). Ao todo, 109.192 morreram em decorrência de uma DCNT. 

Segundo o MS, as DCNT são um problema de saúde de maior magnitude e correspondem a 72% das causas de mortes no país, atingindo fortemente as camadas mais pobres da população e grupos vulneráveis. Apesar da alta porcentagem, os estudos do plano de enfretamento do MS mostraram uma queda de 20% na taxa de mortalidade na última década, principalmente em relação às doenças do aparelho circulatório e respiratório. Porém, o mesmo estudo mostrou um aumento nas taxas de mortalidade por diabetes e neoplasias.

 OMS vê gravidade 

As quatro doenças crônicas consideradas de maior impacto mundial segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas têm fatores de risco em comum: tabagismo, inatividade física, alimentação não saudável e álcool. O pneumologista Sebastião Costa informou que, no aparelho respiratório, as duas doenças mais comuns são enfisema pulmonar e bronquite crônica. 

O tabagismo, a queima de lenha e a poluição ambiental são fatores de risco em comum nas duas doenças. Sebastião contabilizou que em torno de 90% dos pacientes com enfisema pulmonar adquiram a doença por fumar. Ele ainda informou que existe o tratamento medicamentoso, mas o mais eficaz é parar totalmente com esse hábito. “O paciente com enfisema fica totalmente sem fôlego. Tenho paciente que não consegue terminar uma frase sem parar para respirar. Muitos não conseguem tomar banho sozinho, calçar o sapato”, contou. 

De acordo com a OMS, em termos de mortes atribuíveis, os grandes fatores de risco globalmente conhecidos são: pressão arterial elevada (responsável por 13% das mortes no mundo), tabagismo (9%), altos níveis de glicose sanguínea (6%), inatividade física (6%) e sobrepeso e obesidade (5%).

Fonte: Correio da Paraíba

Spotify Flickr Facebook Youtube Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.