Corredores lotados e pacientes à espera de atendimento. Esta é a situação vivida por alguns pacientes na Paraíba. No Estado, existem hoje 8.892 leitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), quando o ideal seriam 9.417, ou seja, o déficit chega a 525 leitos, segundo a Gerência Executiva de Regulação do Estado. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), para cada grupo de mil pessoas é necessário pelo menos 2,5 leitos em hospitais que oferecem os serviços através do SUS.

Conforme o presidente da Associação dos Hospitais da Paraíba, Francisco José Santiago, a maioria destes leitos está na rede particular conveniada ao SUS. De acordo com ele, a deficiência de vagas está diretamente ligada a suspensão dos serviços em muitos hospitais da Paraíba, assim como o fechamento de grandes unidades de saúde. “Mais de 200 hospitais já fecharam na Paraíba. O problema é que há 15 anos a tabela do SUS não sofre reajuste e todos os profissionais que trabalham para o serviço e os hospitais estão tendo prejuízos”, informou.

Ele explicou que no Brasil, 75% dos leitos oferecidos em diversas especialidades são encontrados em hospitais privados ou filantrópicos que oferecem o SUS. Contudo, particularmente na Paraíba esse percentual cresce mais, conforme disse, ultrapassando os 80%.

“O Governo Federal não consegue atender mais as necessidades da saúde, que é muito cara para ser mantida, e se não houver o investimento dos governos estaduais e municípios, o sistema acaba funcionando de forma ineficiente, ou seja, pessoas que precisam dos leitos aguardam em locais inadequados ou são dispensados porque não existem vagas”, acrescentou.

A aposentada Irene Justino de 71 anos, mora em Remígio, no Brejo, mas foi transferida para o Hospital de Trauma de Campina Grande, pois segundo ela, na cidade não tem hospital. “Lá em Remígio só tem postos de saúde, sempre que acontece algo mais grave, eles mandam pra outra cidade. Não existe leito para que possamos ficar internados”, disse. No Trauma, 39% dos atendimentos são de pacientes de outras cidades da Paraíba.

O presidente informou que outro motivador para a redução dos leitos conveniados é o atraso no repasse do dinheiro do Sistema Único da Saúde pelas prefeituras. “Em muitos casos isso acontece por questões políticas. O morador de uma cidade que não oferece serviços mais complexos da saúde, acaba migrando para hospitais de grandes cidades, e muitas vezes a prefeituras dessas cidades maiores não recebem nenhum repasse dos municípios menores. Isso gera superlotação nos hospitais”, explicou.

Atualmente, o SUS paga R$ 43,70 para cada internação, mas conforme o presidente, o serviço fica mais caro quando são acrescidos a utilização de equipamentos, profissionais e medicamentos. “Por causa da falta de reajuste na tabela e o atraso das verbas que devem ser repassadas aos hospitais, muitas unidade privadas estão indo a falência”, informou Francisco José.

Fonte: Jornal da Paraíba

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