01 de dezembro de 2011

A Paraíba possui uma média de 1,30 médico para cada mil habitantes, índice menor que a média nacional (1,95). É o que revela a pesquisa “Demografia Médica no Brasil: dados gerais e descrições de desigualdades”, divulgada ontem em Brasília. O levantamento, desenvolvido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), mostra que o Estado é o 15º no ranking nacional, mas na Capital, a situação melhora: João Pessoa aparece em 12º lugar, com 3,62 médicos para cada mil pessoas.

São 4.886 médicos registrados no Conselho Regional de Medicina para 3.766.834 paraibanos. A pesquisa também aponta um déficit de postos de trabalho médico ocupados: na Paraíba, são 9.290 postos de trabalho médico ocupados, o que revela uma média de 2,47 estabelecimentos de saúde para cada mil pessoas. No Brasil, o índice é de 3,33 postos médicos para cada mil habitantes.

Em todo o País, os usuários do Sistema Único de Saúde contam com quatro vezes menos médicos que os usuários do setor privado. Na Paraíba, são 1,77 postos de trabalho para cada mil usuários da rede SUS. Quando se trata de estabelecimentos privados, a realidade pula para 9,45 postos de trabalho para cada mil pessoas que possuem planos de saúde. Em João Pessoa, essa média é de 9,86.

O estudo lembra que a OMS e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) não recomendam nem estabelecem taxas ideais de número de leitos por habitante e nem definem o índice desejável de médicos, enfermeiros e dentistas por habitante.

 

SUS tem 4 vezes menos

Estados da região Norte e Nordeste têm maior presença de médicos por usuário na rede privada que na pública em comparação com as demais regiões do país. O diagnóstico é do levantamento feito pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), divulgado ontem.

O estudo propõe a criação de um índice para medir as disparidades de abastecimento do SUS e da rede particular. Chamado de IDPP (Indicador de Desigualdade Público/Privado), o índice é a razão entre o número de postos de trabalho médico ocupado na rede privada por 1.000 habitantes, sobre o número de postos ocupados na rede pública por 1.000 habitantes.

No Brasil, essa razão é 3,9, o que significa que a presença médica na rede privada é 3,9 vezes a presença na rede pública, sempre considerando a população atendida por cada rede.

“O resultado não mostra se há sobra ou falta de médicos nesses Estados, mas aponta que os cariocas que utilizam o serviço público contam com um número de médicos bastante próximo daqueles que se valem de planos privados de saúde”, argumentam as entidades no levantamento.

 

Disparidades regionais

Nessa conta, aparecem as disparidades regionais. Apenas o Sudeste fica abaixo da média, indicando uma igualdade maior de abastecimento de médicos no SUS e na rede particular (2,31).

O Nordeste é o campeão do índice, chegando a 6,77. É seguido pelo Centro-Oeste (6,26), pelo Sul (5,9) e pelo Norte (5,26). Entre os Estados, a diferença sobe. Na Bahia, o índice atinge 12,09. O Estado do Rio é o menor, ficando em 1,63.

O IDPP só é abaixo de zero, o que mostra maior abastecimento proporcional de médicos no SUS, nas cidades de São Paulo (0,93), Vitória (0,62) e Rio de Janeiro (0,59).

Manaus aparece com 0,94, mas o estudo alerta para distorções nesse valor pelo número reduzido de postos para médicos no Estado. O número de médicos na rede privada tende a crescer, de acordo com o levantamento, já que a oferta de postos de trabalho na rede privada subiu nos últimos anos -o levantamento não leva em conta os consultórios particulares.

O documento destaca que o crescimento expressivo do número de escolas médicas não significa uma melhora na oferta de assistência, muito menos na qualidade dos serviços.

 Mulheres

O censo contabilizou 371.788 médicos em atividade em outubro deste ano, chegando a uma razão de 1,95 médico para cara 1.000 habitantes no país.

O número de mulheres entre os médicos vem crescendo. Em 2009, pela primeira vez, as mulheres superaram os homens na entrada no mercado de trabalho -em 2010, a proporção na entrada ficou em 52,46% mulheres e 47,54% homens.

As mulheres são maioria apenas na faixa até 29 anos. Acima dos 30, os homens têm presença maior, chegando a 81,9% na faixa acima dos 70 anos. O estudo ainda apontou certo equilíbrio na entrada de profissionais médicos no mercado de trabalho desde 2002, mas disse que o salto no número de médicos nos últimos anos se deve à “abertura desenfreada de escolas médicas”.

Fonte: Correio da Paraíba

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