7 de novembro de 2011

A Paraíba está ameaçada de desenvolver, nos próximos meses, o quarto sorotipo do vírus da dengue. Dados do Ministério da Saúde revelam que Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará, que fazem divisa com o Estado, já apresentam os quatro tipos da doença, o que nos deixa cercados. “O grande fluxo de pessoas é o fator principal para que o quarto tipo do vírus se desenvolva também aqui. O que pode acontecer é que, quando esse sorotipo chegar, haja mais casos de dengue, porque o organismo da população paraibana ainda não tem uma defesa para combatê-lo”, afirmou Ana Isabel Vieira Fernandes, infectologista do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HU).

Segundo a médica, esses quatro tipos dizem respeito ao mesmo vírus, porém eles podem desenvolver efeitos diferentes em diferentes organismos, embora causem a mesma doença. “O único agravante é que, como não temos defesas ainda, é possível que os efeitos gerados sejam mais graves. O mesmo ocorre quando, por exemplo, uma pessoa que já teve dengue do tipo 1 adquire o tipo 2 da doença. As chances de desenvolver dengue hemorrágica, neste caso, são bem maiores”, afirmou. Para a infectologista Joana D’arc Frade, o efeito provável será um aumento do número de casos. “Quem não teve ainda, vai ter”, afirmou.

O Ministério da Saúde analisou 6.353 amostras, com 23,3% de positividade para o vírus da dengue. No Ceará, na Bahia e em Pernambuco, foram encontrados os quatro sorotipos, com predomínio do tipo 1. No Piauí, no Rio Grande do Norte e no Maranhão foram isolados os sorotipos 1, 2 e 4. Na Paraíba, apenas os três primeiros e, em Alagoas apenas o sorotipo 1.

 SMS divulga projetos de combate

No último boletim divulgado pelo Governo do Estado, correspondente à semana 42 (de 16 a 22 de outubro), João Pessoa consta entre as 18 cidades onde foram notificados novos casos suspeitos de dengue. Nesse sentido, setores técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vão realizar, na próxima quarta-feira (9), uma reunião para atualizar o plano de contingência de epidemias do município. De acordo com a gerente de vigilância e controle de vetores da Capital, Nara Arruda, serão discutidos projetos e ações para o controle do vírus na cidade.

“Com relação ao tipo 4, não temos como criar barreiras, porque não depende de nós. Estamos no meio de Estados que apresentam esse sorotipo. Mas, temos trabalhado para manter o índice de infestação da dengue abaixo de zero”.

O índice diz respeito à identificação do vírus da dengue a partir de amostras coletadas nos domicílios da cidade. De 24 a 28 de outubro deste ano, foram visitados 12.480 domicílios em João Pessoa. Desse total, apenas 0,8% das amostras correspondia ao vírus, o que é considerado um índice baixo.

Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado, o Governo também vai elaborar uma oficina no dia 11 de novembro, junto aos 37 municípios onde ocorrem mais casos de dengue.

Essas cidades são candidatas a receber o incentivo de 20% a mais do valor do Piso Financeiro da Vigilância em Saúde para as ações de combate a dengue. O objetivo do encontro é prestar assessoria técnica e padronizar os planos de contingência, conforme solicitado pelo Ministério da Saúde. Os gestores terão de assinar um termo de compromisso.

Fonte: Correio da Paraíba

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