Brasília – Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2006 estima que o país perde, por ano, R$ 22 bilhões em acidentes de carro nas rodovias brasileiras. É para mudar isso e preservar a vida humana que o governo quer coibir a combinação álcool e volante. A medida tem o aval de médicos e do setor de engenharia de trânsito. Apesar de simpáticos à proposta, os especialistas alertam para a necessidade de se priorizar as campanhas educativas de trânsito. A má conservação das estradas é apontado como um fator mais prejudicial para a segurança no trânsito do que o consumo de bebidas alcoólicas. Especialista em saúde e trânsito, o professor David Duarte, da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, adverte que a proibição da venda de álcool nas estradas não vai impedir o motorista de beber. “Ele (o motorista) vai entrar na cidadezinha mais próxima ou levar o drink na própria bagagem. Leis nós já temos. É preciso colocá-las em prática”, ressalta. David Duarte faz referência à aplicação doCódigo de Trânsito Brasileiro, em vigor desde 1998, que seria suficiente para resolver o problema, em sua avaliação. “Basta aplicar o código e pôr o bafômetro para funcionar de forma efetiva nas estradas, conforme prevê a lei”, insiste. Apesar de defender a fiscalização como solução para o combate à embriaguez ao volante, Duarte considera urgente o governo pensar em campanhas educativas. O especialista também sugere a implantação do exame de alcoolemia, que usa laboratório móvel composto por equipamentos parecidos com os que são utilizados em campanhas de medição de glicose. A avaliação tem o aval da Polícia Rodoviária Federal. Coordenador de controle operacional da PRF, o inspetor Alvarez Simões considera necessário investir na reeducação do motorista. “Só medidas duras conseguem conter os motoristas mais velhos. A implantação de lei seca seria o ideal”, recomenda.

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