19 de setembro de 2011


O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o principal responsável pela mortalidade de crianças prematuras (menos de 36 semanas) ocasionadas por quadros respiratórios, como bronqueolite e pneumonia. A grande arma para conter as infecções por VSR é a imunização passiva com a utilização da substância imunizante Palivizumabe, que não está no calendário de vacinação nacional e cuja dose custa aproximadamente R$ 4 mil na rede particular. Na Paraíba, a única forma de conseguir o medicamento de alto custo gratuitamente é por meio de ação judicial. Só em 2010, 5.514 bebês prematuros nasceram no Estado.

De acordo com a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde (SES), apenas seis pacientes recebem gratuitamente o imunizante, após entrar com um processo na Justiça. Segundo a pediatra e neonatologista, Socorro Martins, prematuros abaixo de 32 semanas e com menos 1.500 gramas estão ainda mais susceptíveis ao vírus, mas o ideal é que todas as crianças nascidas com menos de 36 semanas sejam vacinadas contra o vírus. “As crianças prematuras ficam vulneráveis ao vírus nos dois primeiros anos de vida. Portanto, é importante que ela seja imunizada durante a sazonalidade do VRS, que, na Paraíba, circula principalmente entre os meses de maio a setembro”, afirmou a pediatra. A vacina é altamente recomendável que os nascidos com menos de 32 meses.

O alto custo da dose – em média R$ 4 mil – torna praticamente impossível o acesso da maior parte da população ao imunizante. Desse modo, Socorro Martins afirma que só com a solicitação constante dos médicos e o aumento do número de ações judiciais com o objetivo de garantir o acesso ao imunizante farão os governos pensarem na implantação dessa substância no calendário de vacinação dos nascidos prematuros. “Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais já conseguiram colocar a vacina no calendário. No Nordeste, apenas a Bahia conseguiu. Se todo pediatra solicitar e a Justiça conceder estaremos mais próximos de assegurar esse direito a todos”, disse.

Responsável por 90% das hospitalizações por bronqueolite, o VSR é assintomático, silencioso e facilmente transmissível pelo ar (através de tosse, espirro e fala, ou contato físico). Ele pode provocar desde coriza, febre baixa, chiado no peito e falta de ar, a infecções mais graves das vias respiratórias que levam a internações e complicações. O VSR também pode ter efeitos a longo prazo nas crianças infectadas. Está comprovado que ele pode aumentar em quatro vezes as chances de aparecimento de asma na adolescência.

O imunizante Palivizumabe deve ser aplicado via intramuscular, em cinco doses mensais e consecutivas, que podem ser iniciadas logo após o nascimento dos bebês de risco. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunização recomendam a aplicação de Palivizumabe antes da estação do VSR (maio a setembro) para que as crianças de risco atinjam níveis suficientes de concentração de anticorpos no sangue.  Uma medida essencial, já que praticamente 100% das crianças prematuras ou não vão adquirir infecção pelo VSR nos primeiros anos de vida.


Fonte: Correio da Paraíba

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