Neste momento, depois de 8 meses da declaração de pandemia pela OMS, percebemos em todo mundo um aumento do número de casos da COVID-19. Na capital paraibana, além de mais ocorrências, há comprovação da falta de testes e fluxo impreciso para os pacientes suspeitos da doença. Em discussão recente sobre o tema, a solução apontada foi o lockdown na educação. E como efeito dominó, pelo visto, não demorará muito para que essa ideia avance sobre os outros setores.⠀

Após este período, adotar medidas semelhantes ao início da pandemia como se fosse algo desconhecido ou não vivenciado é decretar falha de gestão. Ter como solução para o avanço da doença o lockdown é o reconhecimento da inadequada estruturação e falha da organização dos serviços de saúde de um local.⠀

Estruturar um sistema de saúde não é pensar apenas em hospitalização. É preciso envolver toda a população para que junto com as autoridades sanitárias optemos e pratiquemos as medidas de proteção (máscara, lavagem das mãos e distanciamento). É essencial testar a população. É fundamental fortalecer a atenção básica para atendimento dos casos suspeitos leves e encaminhamentos para as unidades de referência dos casos suspeitos ou confirmados moderados ou graves. Dentro da hospitalização, são essenciais termos recursos humanos qualificados e recursos materiais disponíveis em qualidade e quantidade necessárias, além de uma regulação eficiente entre os serviços. Por fim, menos ideologia e mais ciência para as tomadas de decisão.⠀

O planejamento e a preparação para a nova onda da COVID-19 devem ser focados em resolutividade. Oposto a isso, o que observa é a falta de testes e de um fluxo de atendimento bem definidos, como já evidenciados em João Pessoa. O fechamento de escolas ou outros estabelecimentos são paliativos, corroboram com uma ineficiência da gestão e não deveriam ser pautados sem uma contrapartida de solução real.⠀

Bruno Leandro de Souza ⠀
Pediatra CRM-PB 6312 RQE 3910⠀
Conselheiro do CRM-PB

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