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Hilton Gouvêa Em futuro próximo e com a ajuda de chips, o homem não necessitará da visão para enxergar. É que a tecnologia oftalmológica estará tão avançada, que os olhos poderão ser dispensados do trabalho de enxergar”. Esta é a teoria do oftalmologista Osvaldo Travassos de Medeiros, 65 anos, inventor, entre outras coisas, de um sistema anti-ofuscante recomendado para motoristas que, nas estradas, são surpreendidos por jatos de luz forte, causadores de acidentes fatais. Este homem simples, natural de Princesa Isabel, no Alto Sertão paraibano, já nasceu predestinado. Quando criança, gostava de esculpir e desenhar óculos nas aulas de trabalhos manuais. E, por mais que alguém tentasse fazê-lo desistir da ideia de desenhar óculos, essas imagens sempre surgiam nos papéis que Osvaldo costumava rabiscar. Sendo assim, a revista Veja de 25 de novembro de 1987, levou a seu universo de leitores uma notícia especial, que falava de uma invenção do cientista, com riqueza de detalhes. Tratava-se do oftalmoscópio, uma fenomenal transformação feita numa câmera de vídeo, que permite documentar o fundo do olho sem causar problemas ao paciente. Sete anos depois, ele criou o auto-oftalmoscópio, que facultava ao oftalmologista enxergar o fundo de seu próprio olho. Apresentada na Fundação de Retina em Boston (EUA), durante a realização do Sixteenth Annual Course Practical Aaspects of Photocoagulation, a invenção arrancou elogios de especialistas renomados da oftalmologia. Em 18 de setembro de 1988, o Jornal O Globo fez extensa matéria sobre outra criação de Osvaldo, enfocando um Sistema para filmar a biomicroscopia ocular e vê-la em terceira dimensão, num simples aparelho de TV. Paralelamente surgiu o sistema anti-ofuscante, que após ser exibido em congressos, ganhou destacada reportagem no jornal Folha de São Paulo e no Jornal Nacional da Rede Globo. Parou aí? Não. Sempre ocupado em criar meios que possam melhorar a vida das pessoas na área da oftalmologia, Osvaldo, que formou-se em Medicina pela UFPB, em 1969, construiu uma lente de gelo, com o objetivo de demonstrar, na prática, os riscos dos sistemas focais e possíveis fototraumatismos retinianos – as populares queimaduras na retina -, que atingem as pessoas que se expõe demasiadamente ao sol ou a fortes luminosidades. A invenção foi bem aceita por seleta plateia de Congresso de Prevenção da Cegueira e acabou publicada, destacadamente, no Jornal do Brasil. Por essas e outras razões, a revista Época fez menção elogiosa ao cientista, na sua edição de 12 de fevereiro de 2001. Estereoteste é outra invenção do profissional Dotado de um gênio científico versátil, Osvaldo Travassos criou o estereoteste, para medir a acuidade visual estereoscópica ou de profundidade. Este aparelho, que vem sendo utilizado, inclusive, no exterior, se tornou de uso rotineiro em algumas organizações que, estrategicamente, necessitam quantificar a visão de profundidade de pilotos de aeronaves ou em outras atividades onde se faça necessária a visão tridimensional. Em 27 de outubro de 2001, o congresso realizado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais premiou, com menção honrosa, um método criado por Osvaldo, capaz de examinar o olho do paciente sem que ele perceba a luz. O trabalho também foi publicado no livro “Semiologia Ocular”, da Editora Guanabara e Cultura Médica. A revista Isto É fez matéria sobre a repercussão do invento, na época premiado na área oftalmológica. De lá para cá o cientista paraibano lançou outras invenções: uma delas: um método objetivo para a medida da acuidade visual através da régua prismática, que já consta numa segunda edição de um livro sobre lentes de contato; invenção do “Stopphac” uma contribuição na área de cirurgias para catarata, que permite controlar a irrigação do líquido circulante no interior do olho; e um método para detecção de inclinação no posicionamento da lente intra-ocular. histórico Osvaldo Travassos de Medeiros nasceu a 23 de maio de 1944, em Princesa Isabel. Coincidentemente, este foi o dia em que Joana D’Arc foi aprisionada pelos ingleses em Compégne, no ano de 1431. A donzela guerreira via imagens de Nossa Senhora e de Jesus em sua volta, não perceptíveis por terceiros. Também reconheceu o Delfim Carlos V, colocado propositalmente no meio de 20 rapazes, sem nunca o ter visto antes. O médico tem consultório estabelecido na Avenida Epitácio Pessoa, onde trabalha no mesmo local há mais de 35 anos. Atualmente é professor titular de disciplina Oftalmologia na UFPB, membro titular da Academia Paraibana de Medicina e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Data: 30/11/2009 Seção: Geral Veículo: A União

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