O Brasil tem hoje mais de 315 mil médicos em atividade, um para cada 560 cidadãos, muito mais que a relação de um para mil recomendada pela Organização Mundial da Saúde. Em São Paulo, são mais de 90 mil médicos, um para cada 470 habitantes. Na capital e em cidades como Campinas e Ribeirão Preto, a proporção é de um médico para 260 cidadãos. Ainda assim, o governo autorizou, de forma equivocada e irresponsável, outros três cursos de medicina no Estado. A saúde torna-se objeto de mercantilização e o governo federal sustenta a proliferação de novos cursos de medicina, com a única intenção de atender os interesses dos empresários do ensino. Configura-se, portanto, um crime contra a população, vítima da assistência de má qualidade e contra os estudantes e suas famílias, que pagam mensalidades caríssimas por cursos precários. Está explícita aqui uma manobra política: ao mesmo tempo em que se autoriza três novas faculdades de medicina na cidade que mais médicos possui no Brasil, anuncia-se que doravante haverá um “controle” da abertura de escolas médicas. Nesse processo, seria ouvido o Conselho Nacional de Saúde – que não tem sequer representação médica definida – em detrimento das entidades médicas nacionais, como o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira. A mesma medida também deverá ser aplicada aos cursos de Direito. No entanto, para estes, será ouvida a entidade oficial da classe, a Ordem dos Advogados do Brasil. É, assim, desigual o tratamento dado à Medicina e ao Direito, e inadmissível o desrespeito às entidades médicas, cujas manifestações continuam sendo ignoradas pelo governo. Os últimos quatro ministros da Educação se superaram ao favorecer a indústria do ensino na área médica. O ministro Paulo Renato, em oito anos, permitiu a abertura de 45 faculdades de medicina (0,4 faculdade/mês), 27 particulares. Em apenas um ano, Cristovam Buarque autorizou o funcionamento de sete faculdades (0,5 faculdade/mês), sendo seis privadas. Tarso Genro permitiu a abertura de 16 em 18 meses (0,8 faculdade/mês), 15 privadas. E não ficando atrás, o atual ministro Fernando Haddad, em 18 meses, autorizou 18 novas escolas (uma faculdade/mês), 16 privadas. Além desta abertura criminosa de novas escolas médicas, temos um acréscimo constante e não divulgado de centenas de vagas em cursos de medicina já existentes. Nos últimos anos, alguns deles duplicaram ou até triplicaram o número de vagas, com o artifício da criação de dois turnos semestrais ou de um novo campus. A Associação Médica Brasileira, as Associações Médicas Estaduais e o conjunto das Sociedades de Especialidade repudiam veementemente mais esta ação contra a saúde da população e a dignidade da profissão médica. São Paulo, 7 de fevereiro de 2007 Associação Médica Brasileira Associação Médica do Acre Sociedade de Medicina de Alagoas Associação Médica do Amapá Associação Médica do Amazonas Associação Bahiana de Medicina Associação Médica de Brasília Associação Médica Cearense Associação Médica de Goiás Associação Médica do Maranhão Associação Médica do Mato Grosso do Sul Associação Médica de Minas Gerais Sociedade Médico-Cirúrgica do Pará Associação Médica da Paraíba Associação Médica do Paraná Associação Médica de Pernambuco Associação Piauiense de Medicina Associação Médica do Rio Grande do Norte Associação Médica do Rio Grande do Sul Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro Associação Médica de Rondônia Associação Médica de Roraima Associação Catarinense de Medicina Associação Médica de Sergipe Associação Paulista de Medicina Associação Médica de Tocantins Sociedade Médica de Administração em Saúde Sociedade Brasileira de Anestesiologia Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular Sociedade Brasileira de Coloproctologia Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão Associação Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular Sociedade Brasileira de Cirurgia Digestiva Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica Colégio Brasileiro de Cirurgiões Sociedade Brasileira de Citopatologia Sociedade Brasileira de Clínica Médica Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Federação Brasileira de Gastroenterologia Sociedade Brasileira de Genética Clínica Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia Sociedade Brasileira de Hansenologia Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia Sociedade Brasileira de Hepatologia Associação Médica Homeopática Brasileira Sociedade Brasileira de Infectologia Associação de Medicina Intensiva Brasileira Sociedade Brasileira de Mastologia Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação Sociedade Brasileira de Medicina Legal Sociedade Brasileira de Medicina do Trabalho Associação Brasileira de Medicina do Tráfego Sociedade Brasileira de Nefrologia Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica Academia Brasileira de Neurologia Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral Sociedade Brasileira de Nutrologia Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial Sociedade Brasileira de Pediatria Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia Associação Brasileira de Psiquiatria Colégio Brasileiro de Radiologia Sociedade Brasileira de Reumatologia Sociedade Brasileira de Urologia Fonte: AMB

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