Nesta terça-feira (23), em torno de 200 médicos se reuniram na sede do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) para discutir sobre a paralisação de seus serviços neste dia e nos próximos 30 e 31 de julho. O movimento é nacional e é um protesto da classe contra as últimas medidas do governo federal, como o programa Mais Médicos, e os vetos à Lei 12.842 (Ato Médico), que regulamenta a profissão.
A reunião de mobilização uniu quatro entidades médicas (CRM-PB, Sindicato dos Médicos, Associação Médica e Academia Paraibana de Medicina), Universidade Federal da Paraíba, além dos profissionais, médicos residentes e estudantes. “Essa paralisação dos serviços médicos nesses três dias é uma forma de manifestar nossa indignação ao que tem sido feito com a saúde do nosso país”, disse o presidente do CRM-PB, João Medeiros.
Ele ressaltou que, durante os dias de paralisação, continuarão funcionando normalmente os serviços de urgência e emergência, além das cirurgias oncólogicas de grande porte. Consultas e cirurgias eletivas, no entanto, serão suspensas e remarcadas. Durante a reunião, os médicos receberam panfletos para distribuir entre seus pacientes para mostrar a eles a real situação da saúde e que médicos estrangeiros não resolverão os problemas de falta de infraestrutura e gestão.
“O governo federal tenta transferir à classe médica a responsabilidade pelo caos instalado na saúde do país. Faltam investimento e gestão, e não médicos. A categoria está se mobilizando em todos os estados para mostrar que também somos vítimas, assim como os pacientes”, completou João Medeiros.