24 de outubro de 2011
Os médicos da Paraíba que fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS) suspenderão, ao longo desta terça-feira (25), os atendimentos eletivos (agendados), como consultas, exames ou cirurgias. O movimento, que faz parte de um protesto nacional, é contra as más condições de assistência e a baixa remuneração dos profissionais oferecidas no SUS. Estima-se que só em João Pessoa 400 atendimentos deixem de ser realizados.
É importante ressaltar que os atendimentos de urgência e emergência e os serviços de hemoterapia, radioterapia e hemodiálise funcionarão normalmente durante o dia a mobilização.
Nesta terça, às 8h, os médicos estão organizando um protesto em frente ao PAM de Jaguaribe. Na ocasião, será oferecido um café da manhã para imprensa, médicos e pacientes da unidade hospitalar. De acordo com o presidente do CRM-PB, João Medeiros, representantes das principais entidades médicas do Estado estarão presentes para esclarecer à imprensa sobre o movimento.
João Medeiros explicou que a mobilização nacional em defesa da rede pública quer chamar a atenção da sociedade para a crise instalada na assistência em saúde na rede pública. Entre as principais queixas dos médicos que atuam no SUS estão às más condições de trabalho e remuneração inadequadas.
Até o momento, já estão confirmadas a suspensão do atendimento por 24 horas em 11 estados (Paraíba, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Sergipe). Em outros cinco estados (Santa Catarina, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina), estão previstas a realização de manifestações públicas em protesto contra a precariedade da rede pública. Inclusive, são esperadas paralisações localizadas (um hospital, um centro de saúde, um ambulatório) em algumas regiões.
Um diferencial na mobilização de 25 de outubro é a solidariedade expressa pelos hospitais conveniados à rede SUS. Em setembro, a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) encaminhou circular aos responsáveis pelas instituições filiadas para comunicar apoio à mobilização. “Peço apoio necessário ao movimento, considerando as particularidades de sua região, para que seja alcançada repercussão positiva nas negociações e na qualidade de atendimento no SUS”, diz o presidente da CMB no documento, José Reinaldo Nogueira de Oliveira Junior. Esse consenso deve resultar em maior adesão ao protesto.