Em maio deste ano, Vanina Castro Dória de Almeida formou-se em Medicina pelo Unipê, em João Pessoa. Diferentemente do planejado, a festa de formatura foi cancelada, a concessão do diploma foi antecipada e o início da carreira médica começou mais rápido do que ela previa. Aos 27 anos, ela é uma das jovens profissionais que está na linha de frente no combate à Covid-19 na Paraíba. Atualmente trabalhando no Hospital Prontovida, a médica já atuou em uma Unidade Básica de Saúde, em Itapororoca, e no Hospital Metropolitano, em Santa Rita.

Para Vanina, a experiência em iniciar a prática da medicina neste momento de pandemia provocou vivências distintas. “Tem o lado bom e o ruim. Por um lado, tive muitas oportunidades de emprego, consegui antecipar a minha formatura, pude me sentir útil nesse momento de crise e ajudar a combater a Covid. Mas tudo tem um custo, tive que sair de casa, porque morava com meus pais e meu pai é idoso e hipertenso, fiquei afastada da família. Um amigo meu me disse que, enquanto eu estiver trabalhando com a covid, ele não me vê. Foi em tom de brincadeira, mas tem seu fundo de verdade”, destacou a médica.

Segundo ela, além do medo de se contaminar com o novo coronavírus, um dos desafios é lidar com a desinformação que chega até os pacientes. ”É muito difícil lidar com as fake news e acalmar os pacientes. Nem sempre é simples, mas também sinto que já aprendi tantas coisas muito rápido. Alguns resistem a usar máscara e se isolar. Outros têm medo, crise de ansiedade e dificuldades para dormir, estão angustiados com a pandemia e o isolamento. Não é um cenário homogêneo”, disse.

Entre os meses de maio e junho, Vanina Castro trabalhou em uma Unidade Básica de Saúde em Itapororoca. Durante esses dois meses, ela viu a rotina do serviço de saúde e da comunidade mudar. “Atualmente, algumas atividades da UBS estão começando a voltar. Mas visitas domiciliares, atividades coletivas, como grupo de mulheres e de tabagistas, não estão mais ocorrendo. A própria população tem medo de ir à unidade e há um grande número de pessoas que buscam atendimento com medo de estar com Covid”, ressaltou.

Para a médica, o apoio e a troca de experiência com outros profissionais têm contribuindo para rotina de trabalho. “Recebi muito apoio de outros profissionais, tive a sorte de ter excelentes professores que são sempre solícitos quando peço apoio”, destacou.

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