Por Dra. Maria do Socorro F. Martins

Presidente da Sociedade Paraibana de Pediatria

MÈDICA: CRM-PB 3588

PEDIATRIA: RQE 3767

 

O mês de maio é alusivo à luta por esclarecimentos e sensibilização contra o abuso sexual de crianças e adolescentes e, no 18 de maio, atingimos o máximo da nossa campanha nacional de mobilização e conscientização coletiva elegendo como o” Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada 24 horas, 320 crianças e adolescentes são explorados sexualmente no Brasil, 75% das vítimas são meninas e negras. A maioria das ocorrências ocorrem dentro de casa e os agressores são pessoas do convívio das vítimas, geralmente familiares e a maioria das violências é praticada mais de uma vez.

Importante esclarecer conceitos como a diferença entre abuso sexual e exploração sexual para que se tenha um entendimento e avaliação correta diante das diferentes situações. O abuso sexual é toda forma de relação ou jogo sexual entre um adulto e uma criança ou adolescente, visando a satisfação sexual desse adulto e /ou de outros adultos. A exploração sexual acontece quando se paga para ter sexo com pessoas com menos de 18 anos.

Dados publicados pelo UNICEF evidenciam que o impacto na saúde desse público atinge além dos danos físicos, a violência sexual contra crianças e adolescentes afeta sobretudo, a saúde mental. Entre os principais danos psicológicos indiferente à faixa etária, estão: transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão, ansiedade, medo, rejeição, redução da qualidade de vida, dissociação.

As famílias precisam ficar atentas aos sinais de alerta do abuso sexual que pode estar acontecendo com sua criança ou adolescente. Enquanto crescem, demonstram uma grande variedade de comportamento, mas mudanças bruscas e repentinas que aparecem fora do seu padrão comportamental, se faz necessário tentar entender o que está acontecendo. Uma mudança súbita de comportamento ou relacionamento com uma pessoa específica, pode ser indício de um possível abusador e de fácil percepção para quem está observando essas alterações comportamentais.

Apesar de, em muitos casos, a vítima demonstrar rejeição em relação ao abusador, é preciso usar o bom senso para identificar quando uma proximidade excessiva também pode ser um sinal.

Outro indicativo é o de recorrer a comportamentos infantis que já tinham abandonado, e de repente volta a apresentar. Essa regressão pose ser observada também em algumas habilidades motoras ou cognitivas.

As vítimas podem reproduzir o comportamento do abusador com outras crianças/adolescentes. Como exemplo, chamar os amiguinhos para brincadeiras que têm algum cunho sexual ou começar a fazer desenhos nos seus apontamentos em que aparecem genitais.

Uma criança sofrendo abuso sexual também apresenta alterações repentinas de hábitos. Pode ser desde um mau desempenho escolar, falta de concentração ou uma recusa a participar de atividades, até mudanças na alimentação (anorexia, bulimia) ou distúrbio do sono como pesadelos, insônias ou medo de ficar sozinha ou no modo de se vestir.

O impacto da violência sexual reflete na sua saúde física, psíquica, cognitiva e emocional perdurando por toda a vida. É necessário e urgente garantir a todas as crianças e adolescentes o direito ao seu desenvolvimento de forma segura, protegida e livre do abuso e da exploração sexual. As famílias precisam estar atentas a desvios de comportamentos e a escola preparada como um observatório de identificação e monitoramento.

Se faz necessário um Centro Especializado de Violência Infanto-Juvenil com políticas públicas que possam capacitar toda a Rede de Saúde, Conselhos Tutelares e as Escolas, na identificação da Violência Sexual, como conduzir e qual o fluxo a seguir.

Protegê-las é uma responsabilidade coletiva que envolve diversos segmentos da sociedade e distinto atores.

 

CANAIS PARA DENÚNCIA E REDES DE APOIO

Disque 100

Polícia Militar: 190

Polícia Civil: 197

Polícia Federal: 194

Polícia Rodoviária Federal: 191

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