Campina Grande – As cirurgias de transplante de rim foram suspensas há uma semana no Hospital Antônio Targino, porque a distribuição dos medicamentos para evitar a rejeição do órgão ainda não foi regularizada pelo 3º Núcleo Regional de Saúde do Estado. Esta é a segunda vez este ano que o hospital deixa de atender os mais de 300 pacientes da fila de espera de cirurgia renal. Por ano são realizados em média dez transplantes, mas segundo o diretor do hospital, José Targino, esse número poderia triplicar se a medicação fosse distribuída regularmente. Alguns transplantados estão sem receber os remédios há mais de seis meses e para não perder o órgão, estão dividindo a medicação disponibilizada com os colegas. O principal componente do tratamento do transplantado, o Cell Cept, está em falta e de acordo com o diretor do hospital, José Targino, a medida de suspender as cirurgias foi tomada para evitar a morte de pacientes por rejeição do órgão. Ele afirmou que o hospital tem plenas condições de realizar uma cirurgia renal por semana e aguarda uma posição do 3º Núcleo. \”Os pacientes saem da sala de cirurgia acreditando que vão ficar curados, mas sem o remédio isso é impossível. Se a cirurgia é feita e o organismo do paciente não aceita o órgão, ele não poderá voltar para a cadeira de hemodiálise, correndo sérios riscos de vida\”, explicou. O mecânico Luciano Pinto, 45, passou pela cirurgia de rim há dois meses e 17 dias, mas está tomando apenas dois comprimidos diários quando deveria tomar quatro. Ele contou que para poder realizar a cirurgia, teve que apresentar a equipe médica os remédios para os primeiros dias do pós-cirúrgico. \”Nos primeiros 17 dias tomei a medicação como o médico indicou, mas há dois meses venho tomando metade da dosagem que deveria tomar. Fico com medo, sei que pelo menos 20 pessoas que conheço estão na mesma situação, ou seja, percebo que a crise é geral\”, lamentou. Segundo os pacientes, o 3º Núcleo de Saúde prometeu resolver o problema desde o início do ano, mas até agora, a situação continua indefinida. José Targino disse que entrou em contato com a superintendência do 3º Núcleo, que garantiu resolver o impasse o mais rápido possível. A reportagem tentou falar com o superintendente do 3º Núcleo de Saúde, Jairo Sales, mas não conseguiu até o fechamento da edição. Regional prioriza atendimento e população reclama de espera Campina Grande – A decisão da direção do Hospital Regional de Urgência e Emergência de priorizar os casos mais graves vem causando confusão antes mesmo da medida entrar em pleno funcionamento. Ontem, as pessoas que procuraram o serviço ambulatorial do hospital tiveram que esperar na fila, enquanto os médicos atendiam aos pacientes vítimas de tiros, facadas e acidentes. O problema, segundo o diretor do hospital Isaías Santos, é que as pessoas insistem em procurar o Regional para o atendimento básico. \”A maioria dos casos que chega ao hospital poderia ser tratada em postos de saúde nas próprias comunidades\”, disse. A partir da próxima semana, os pacientes vão ser submetidos a uma triagem para que a equipe médica possa identificar os casos mais graves. \”Não vamos dispensar o paciente com dor de barriga, mas ele será colocado no último lugar da fila\”, explicou Isaías. Quatro tipos de pulseiras distinguirão os casos prioritários. Ao saber da mudança, a dona-de-casa Josefa Cirne da Silva, 42, reclamou. \”Não existe nenhum posto de saúde perto da minha casa. Então, o Regional é o melhor lugar para eu levar meus filhos. Além disso, não gasto com transporte porque moro aqui perto\”, justificou. O diretor acredita que vai ser difícil mudar essa cultura, que não é só de Josefa, mas de uma boa parte da população que utiliza os serviços médicos na cidade. \”Isso foi incorporado e era aceito quando não havia tantas unidades de saúde. Mas hoje, o município oferece médicos e exames gratuitos nos bairros\”, concluiu.

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