Isabela Alencar Apesar de já ter recebido o pagamento de dezembro, categoria insiste na paralisação por tempo indeterminado Ontem pela manhã os agentes de saúde que trabalham para a Prefeitura de Campina Grande se reuniram mais uma vez em frente ao prédio onde funcionam as secretarias de Finanças e Administração, na Avenida Floriano Peixoto, e realizaram uma nova mobilização. Apesar do salário referente ao mês de dezembro já ter sido pago na última sexta-feira, eles continuam a paralisação e exigem uma data fixa para o pagamento dos salários, que segundo eles, ainda não foi definido. Nos bairros da cidade, a paralisação já está sendo sentida pela população, que está encontrando dificuldades para receber os resultados dos exames feitos através da rede municipal de saúde. Conforme informações repassadas pela Gerência de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde, o pagamento depende do repasse mensal realizado pelo governo federal. Segundo a gerência, a prefeitura está cumprindo com suas obrigações e não pode ser culpada pelo atraso do repasse da União, que acontece geralmente noquinto dia útil de cada mês. No posto de saúde do bairro da Bela Vista, a comunidade está sendo atendida por apenas três agentes de saúde, de um total de dez. “A população está culpando a prefeitura, mas não sabe que nós funcionários estamos com dificuldade por causa da paralisação dos agentes. Muitos pacientes do posto que haviam marcado consultas importantes, estão perdendo a chance de ser atendidos porque eles não têm como se deslocar até aqui e o número de agentes hoje é insuficiente para ir até suas residências, para entregar os exames já marcados”, disse a diretora do posto, Jeanne Medeiros. De acordo com ela, muitos pacientes estão perdendo as consultas e terão que esperar por mais trinta dias, para remarcá-las. Os funcionários, que deflagraram a greve desde o dia 31 de dezembro do ano passado, se mobilizaram na manhã de ontem e afirmaram que continuarão de braços cruzados até que as reivindicações sejam negociadas. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos do Agreste da Borborema(Sintab), Napoleão Maracajá, a greve continuará nos próximos dias, se nenhuma negociação for feita. Além da definição de um dia para realização do pagamento todos os meses, os agentes também reivindicam o pagamento do terço de férias, que segundo eles, está atrasado há quase dois anos, além do pagamento do FGTS, e material de trabalho. Hospital Regional registra superlotação A greve dos ortopedistas e traumatologistas do Hospital Antônio Targino está sobrecarregando o atendimento no Hospital Regional de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande. Ontem, a reportagem do Diário da Borborema registrou um grande volume de pessoas em busca de atendimento no Regional, depois que não foram atendidas no Hospital Antônio Targino. Algumas, inclusive, também saíram do Regional sem resolver seu problema, porque a unidade hospitalar não tinha mais capacidade de atendimento. Foi o que aconteceu com a aposentada Anita Maria de Freitas, 72 anos. Mesmo sofrendo com fortes dores, devido à osteoporose, que já não a permitia caminhar, ela não conseguiu ser atendida no Hospital Regional por causa da superlotação e foi buscar atendimento no Hospital Pedro I. “Fui no Targino e me disseram que os médicos estavam em greve e mesmo eu estando com muita dor e tendo idade avançada, eles não podiam fazer nada por mim. Vim aqui para o Regional e soube que o hospital não tinha mais condição de me atender. Agora vou no Pedro I ver se consigo alívio para meu sofrimento”, disse a aposentada. Assim como dona Anita Maria, dezenas de outras pessoas, diariamente, estão tendo que buscar outra alternativa para minimizar seus problemas de saúde. O diretor técnico do Hospital Regional, Crismarques Rodrigues, confirmou que por conta da greve dos profissionais do Hospital Antônio Targino, o movimento no setor de urgência e emergência do Hospital Regional teve um acréscimo de mais de 40%. Normalmente, por dia, o hospital atende cerca de 90 pessoas nas especialidades de ortopedia e traumatologia. Desde a última segunda-feira esse número subiu para 130 atendimentos diários. Crismarques reafirmou que o Hospital Regional já trabalha no limite de sua capacidade operacional, atendendo pacientes não só de Campina Grande, mas de 170 municípios paraibanos e até de outros estados. A diretoria teme que a superlotação causada em decorrência da greve dos profissionais do Antônio Targino comprometa ainda mais o atendimento no Hospital Regional.(Tatiana Rocha) Data: 20/01/2010 Seção: Cotidiano Veículo: Diário da Borborema

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