Um consórcio formado por sete conceituadas instituições de ensino superior foi selecionado – por meio de chamada pública – para o desenvolvimento daquela que será a maior pesquisa da América Latina voltada à investigação das reais causas da hipertensão e diabetes no Brasil. As universidades federais de São Paulo (USP), de Minas Gerais (UFMG), da Bahia (UFBA), do Espírito Santo (UFES) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), além da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), começam, no próximo mês, o Estudo Multicêntrico Longitudinal em Doenças Cardiovasculares e Diabetes Mellitus (EMLDCD), também conhecido como Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa/Brasil). O objetivo do EMLDCD é fazer um retrato da população brasileira a partir do monitoramento de aproximadamente 15 mil pessoas pesquisadas. Elas serão recrutadas pelas instituições de pesquisa a partir de janeiro e acompanhados por 20 ou até 30 anos. A cada ano, os pacientes serão convocados para reexame da saúde. Para tanto, o governo federal – por meio dos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia, e também da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) – investirá R$ 22,6 milhões na pesquisa, recursos que serão suficientes para o financiamento dos estudos nos anos de 2006, 2007 e 2008. Metade desses recursos vem do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e a outra parte do Fundo Setorial CT-Saúde. “A proposta é conhecer a saúde dos adultos brasileiros e identificar como diferentes fatores na vida dessas pessoas agem na predisposição da hipertensão ou diabetes”, explica o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Moisés Goldbaum. Até o momento, cientistas brasileiros estudavam a hipertensão e o diabetes de forma isolada e outras pesquisas de dimensão comparável ao EMLDCD restringiam-se a investigações da saúde de recém-nascidos. Segundo avalia Moisés Goldbaum, as conseqüências da hipertensão e do diabetes são graves, especialmente porque os sintomas não são reconhecidos facilmente pelos pacientes. “Conhecemos a prevalência dessas doenças, mas queremos certificar como e por que elas se desenvolvem”, esclarece o secretário. Por meio do estudo multicêntrico será possível, por exemplo, comprovar se um dos fatores que levam ao agravamento da hipertensão do diabetes é o fato de os pacientes demorarem a chegar ao diagnóstico correto e, muitas vezes, não darem continuidade ao tratamento. “Esse é o primeiro grande estudo que checará as “verdades” colocadas até o momento sobre diabetes e hipertensão”, afirma a diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde, Suzanne Serruya. “A partir daí, o governo terá mais elementos para melhorar as atuais políticas públicas, formular ações cada vez mais direcionadas – considerando, inclusive, as realidades regionais – e executar medidas de prevenção dessas doenças, o que, na prática, também resultará em menos despesas à rede pública de saúde”, completa Serruya. De acordo com a diretora do Decit, além do acompanhamento dos hábitos alimentares e do modo de vida, os pacientes recrutados para o EMLDCD serão submetidos a exames laboratoriais periódicos, medidas de cintura (região abdominal) e checagem do índice de massa corporal. Doenças que acometem a saúde mental e da mulher também serão investigadas por meio do EMLDCD. No Brasil, o percentual de prevalência da hipertensão chega a 35% da população com idade igual ou superior a 40 anos, ou seja, cerca de 12 milhões de pessoas. No caso do diabetes mellitus, esse índice é de 11%, o que representa quase quatro milhões de brasileiros na referida faixa etária. Fonte: Agência Saúde

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