14 de setembro de 2011

O deputado Tião Gomes (PL) apresentou, ontem, requerimento solicitando a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de irregularidades no Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, na Capital. A proposta, que surpreendeu os parlamentares da bancada situacionista, foi feita na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).

Apesar do susto, o parlamentar deixou claro que não está fazendo oposição ao Governo do Estado. Pelo contrário. Ele afirmou que não aguenta mais tantas denúncias contra a nova administração do Trauma, realizada em uma gestão pactuada entre o Governo do Estado e a Cruz Vermelha. Segundo ele, “a oposição busca apenas macular a imagem do governador Ricardo Coutinho”.

Ele acusou os médicos de se passarem por cinegrafistas “filmando muitas irregularidades por eles próprios praticadas”, conforme afirmou. As irregularidades, segundo Tião Gomes, teriam ocorrido durante a gestão anterior do hospital, ainda no governo de José Maranhão (PMDB). Segundo ele, um tomógrafo que custou R$ 965 mil, ficou encaixotado, exposto ao sol e chuva, sem condições de funcionamento.

“No final do governo Maranhão, no dia 15 dezembro, o governo do Estado comprou R$ 2 milhões em medicamentos e ninguém encontrou nada. Além disso, existe uma Nota Fiscal no valor de R$ 6 milhões sem a discriminação dos itens adquiridos”, acusou Gomes.

Gomes ainda aceitou o desafio do petista Luciano Cartaxo e convidou todos os colegas para uma visita conjunta, na próxima quinta-feira, ao Hospital de Trauma. “Vamos ver se houve melhorias ou não em relação à gestão passada. Vamos saber quem roubou os equipamentos do Trauma”, justificou, adiantando que tem um relatório apontando avanços na gestão do hospital.

 Anulada

O líder do Governo na Assembleia Legislativa da Paraíba, Hervázio Bezerra (PSDB), entrou na última semana, na Mesa Diretora da Casa, com um pedido para que seja anulada a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar os responsáveis pelo financiamento e confecção dos outdoors com a imagem dos deputados que votaram contra o projeto de permuta do terreno da Acadepol, em Mangabeira por outro no Geisel, em João Pessoa. De acordo com o líder, a CPI perdeu seu objetivo após os responsáveis já terem admitido publicamente a autoria dos outdoors.

“Por que se quer instalar ainda essa CPI? Se for para saber quem foram os autores já se sabe, pois, isso já ficou explicito, afinal, os responsáveis já afirmaram publicamente que elaboraram os outdoors, então, não tem mais o que se investigar. E olhe que nesse país é difícil se assumir a autoria de qualquer coisa, mas mesmo assim as entidades assumiram publicamente a autoria eu não vejo nenhum sentido lógico em instaurar essa Comissão, agora é só aguardar a decisão do presidente, Ricardo Marcelo (PDB), que pode monocraticamente aprovar ou não esse meu pedido que já foi protocolado desde a semana passada”, disse Hervázio.

 Líder da oposição vê atitude estranha

Já o líder da oposição, André Gadelha (PMDB), afirmou que a atitude de Hervázio em apresentar esse pedido representava medo da investigação. “Não sei por que o governo e o líder Hervázio têm tanto medo de que a gente descubra quem foi o culpado por tudo isso que aconteceu e que a gente abra todas as informações sobre o caso, não sei que tanto medo é esse. Mas, nós queremos saber quem foi todos os detalhes e vamos entrar na justiça contra o culpado e que ele faça retratação e pague por danos morais”, disse.

Para André, é estranho o fato de alguém admitir tão rápido a autoria, como ressalta Hervázio, sabendo que deverá responder na justiça com mais de 16 processos, principalmente por danos morais. Segundo ele, houve pressão por parte do governo para que admitissem a responsabilidade sobre os outdoors. “Eu acredito que estão coagindo alguém, para mim, está acontecendo uma pressão em cima do líder comunitário, Jair, pois é estranho alguém se intitular como culpado sabendo que poder enfrentar vários processos”, argumentou.

 Todos os espaços

O peemedebista disse ainda que a oposição além de não admitir que haja impedimento sobre a instalação da CPI exige que a Comissão seja formada pela maioria oposicionista e que estes assumam tanto a presidência quanto a relatoria daquela Comissão. Conforme afirmou o líder da oposição, a bancada governista não teria interesse em investigar e poderia atrapalhar os procedimentos que eles julgam necessário para apurar todos os fatos.

“Eles (situação) não terão interesse nenhum em procurar saber quem é o culpado de tudo isso, então eu acho justo que a CPI seja formada pela maioria da oposição, para que a gente possa realmente descobrir quem é o responsável por esse fato que tentou tornar negativa nossa imagem perante a opinião pública”, frisou André.

O líder disse também que a bancada de oposição deve ficar com a maioria na Comissão, pois pela proporcionalidade partidária, tem maioria na Casa. “O que deve prevalecer é a definição dos blocos feitos no inicio da legislatura e não temos que discutir mais isso, pois já está documentado. Na época, quando os blocos foram formados a maioria ficou com oposição, e até o final do próximo ano a oposição continuará tendo maioria pela proporcionalidade dos blocos. Por isso, eu digo que é isso que deve ser considerado, é o mais justo”, esclareceu. “Por isso nó merecemos tudo, a presidência e a relatoria”, acrescentou.

Hervázio Bezerra rebateu e disse que a bancada de oposição etária “reeditando” a ditadura não querendo dialogar, ou seja, impondo. Ele explicou que é uma praxe nas Casas legislativas que quem propôs a CPI deve ficar com a presidência, cabendo a outra parte, no caso a situação, a responsabilidade sobre a relatoria da Comissão.

“Essa falta de acordo pode ser um problema sério, e quem tem que responder agora sobre esse impasse é o deputado Ricardo Marcelo. Mas,vamos rememorar as formações das Comissões, hoje nós temos a maioria dos parlamentares na Casa mas é uma novela que vai redundar nas mãos do procurador da Assembleia ou do presidente. Porém, por qualquer critério, ou seja, pelo número de deputados ou por proporcionalidade dos blocos, nós teremos a maioria”, garantiu.

Fonte: Correio da Paraíba

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