Para enfrentar a pandemia do coronavírus, autoridades, especialistas e médicos se reuniram na noite desta terça-feira (17), na sede do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB). Ministério Público Estadual, Secretários de Saúde Estadual e municipais, gestores dos principais hospitais de João Pessoa, presidentes de Sociedades de Especialidades Médicas, Associação Médica da Paraíba, além de diretores do CRM-PB discutiram por mais de duas horas as melhores estratégias para retardar a disseminação do coronavírus na Paraíba. Atualmente, o Brasil registra quase 300 infectados pelo coronavírus e ainda não há nenhum caso confirmado no Estado.

“Este é o maior problema sanitário que estamos enfrentando nos últimos 100 anos. Temos que estar unidos e fortes para traçamos estratégias e nos planejarmos. Precisamos de informações claras e é evidente também que é necessário ampliar a quantidade de testes entre os pacientes suspeitos”, destacou o presidente do CRM-PB, Roberto Magliano de Morais.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Geraldo Medeiros, os exames são realizados seguindo os critérios do Ministério da Saúde, ou seja, pessoas que chegaram do exterior e tiveram sintomas como febre e problemas respiratórios. Segundo ele, a Paraíba está preparada para atender pacientes que precisem de internação e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Fizemos um planejamento e, em um pico máximo de pior situação, precisaremos de 82 leitos de UTI e 250 leitos de enfermaria. Já temos esses leitos e os hospitais de referência para atender esses pacientes”, disse.

Os médicos presentes à reunião se manifestaram preocupados com a quantidade pequena de exames realizados no Estado. Até agora, foram testadas 64 pessoas, sendo 16 descartados e 48 aguardando o resultado do exame. A infectologista Ana Isabel Fernandes, que fez uma breve explanação sobre a doença no início da reunião, ressaltou que as propostas mais eficazes para o enfrentamento de disseminação do vírus são o distanciamento social, a intensificação de testagens e campanhas educativas. “Estamos enfrentando um momento muito sério. Mas já temos a experiência de outros países e devemos observar para retardar ao máximo o pico da epidemia em nosso estado”, afirmou.

Diante disso, os representantes das entidades presentes acordaram em enviar um documento ao Ministério da Saúde solicitando a ampliação dos critérios para a realização de exames. “Temos pacientes com sintomas de coronavírus, que não viajaram para o exterior, mas estiveram no Rio de Janeiro ou São Paulo, que já são estados com transmissão comunitária. Precisamos realizar os testes com essas pessoas também. É preciso aumentar o número de exames”, enfatizou a presidente da Sociedade de Pneumologia da Paraíba, Maria Enedina Pontes.

Convênio com a UFPB – O pesquisador e professor da Universidade Federal da Paraíba, João Felipe Bezerra, destacou durante a reunião, que a UFPB possui estrutura adequada de laboratório para fazer diagnósticos do coronavírus. “Estamos dispostos a dar todo o apoio ao Estado da Paraíba. Temos estrutura laboratorial e de pessoal para ajudar no aumento da quantidade de exames”, afirmou o professor.

O secretário de Saúde de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio, destacou a importância desta parceria com a Universidade e propôs a realização de um convênio entre UFPB, Governo da Paraíba e Prefeitura de João Pessoa para a compra dos kits de testagem e realização de uma quantidade maior de exames.

Recomendações do CRM – Para diminuir a disseminação do coronavírus na Paraíba, o CRM-PB irá publicar recomendações aos médicos do Estado, no atendimento ambulatorial e hospitalar, tanto de entidades públicas, como privadas. De acordo com o documento do CRM, o atendimento à população de risco deve ser feito somente com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) fornecidos obrigatoriamente pelas unidades de saúde. Em caso de falta de EPI, o médico deve comunicar o responsável técnico do estabelecimento público ou privado, para que se tomem as medidas necessárias. Além disso, as unidades de saúde devem disponibilizar máscaras de proteção para os pacientes com sintomas gripais.

De acordo com as recomendações do CRM-PB, os consultórios médicos, clínicas e hospitais devem assegurar um espaço mínimo de um metro de distância entre as pessoas e, se necessário, garantir um espaço fora da sala de espera. Orienta-se agendamento por horário de pacientes e remarcação para os casos considerados de rotina e triagem em serviços de grande circulação de pessoas. Nos estabelecimentos públicos e privados, cada médico só deve atender até quatro consultas por hora, ou seja, no máximo um a cada 15 minutos, não podendo os pacientes ficarem aglomerados em fila de espera.

Quanto aos procedimentos eletivos, o CRM recomenda que eles sejam cancelados pelo responsável técnico de cada serviço de saúde dos estabelecimentos públicos e privados. Para tanto, leva-se em conta o contexto de avanço da pandemia do Covid-19, a necessidade dos profissionais de saúde para atribuições emergenciais e do uso de leitos de terapia intensiva, estando sempre atendo, porém, para agravamento dos quadros clínicos até então estáveis.

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