As células-tronco embrionárias, observadas nos embriões humanos por volta do quinto dia de existência, na fase de blastocisto, são as mais potentes para a formação de novos tecidos. “Virtualmente, elas podem formar qualquer tecido adulto, e, portanto, contêm um enorme potencial para tratamentos e cura de várias doenças que atualmente são limitados ou inexistentes”, explica Evangelista Torquato, especialista em reprodução humana. O problema, conforme ele, é que a obtenção destas células a partir do embrião quase sempre o inutiliza, ou seja, destrói o embrião em formação. É aí que entram questionamentos éticos e religiosos, e até alguns filosóficos. A partir de que momento se inicia a vida humana? A partir de que momento um conjunto de células derivadas da união de um óvulo com um espermatozóide pode ser considerado um ser vivo? “Estas perguntas, e muitas, outras ainda estão sem resposta. Até porquê o procedimento de fertilização in-vitro (FIV) é relativamente novo na Medicina, tem pouco mais de 30 anos, e cria situações para as quais nunca houve opinião formada”, diz Fábio Eugênio Rodrigues, também médico especialista em reprodução humana. De acordo com Evangelista Torquato, as clínicas de reprodução humana se orientam pelas resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) e, mais recentemente pela lei de Biossegurança, que diz: “Todo embrião humano produzido em procedimentos de fertilização in-vitro deve ser transferido para o útero da mulher, e aqueles não transferidos devem ser criopreservados (congelados). Esses embriões congelados pertencem ao casal”, informa o médico. Fábio Eugênio lembra que as resoluções do CFM sobre o tema datam de 1992, e necessitam urgentemente de atualização. Segundo elas, os embriões só podem ser descongelados para transferência para o útero da mãe ou doado para transferência a outro casal (doação embrionária). Já a Lei de Biossegurança, de 2005, postula que embriões inviáveis ou que estejam congelados há mais de três anos podem, com consentimento do casal, ser doados para centros de pesquisas regulamentados que realizem estudos com células-tronco. “Qualquer que seja a escolha do casal, ela deve ser respeitada. Acreditamos que cabe aos doadores a decisão sobre o destino dos embriões”, avalia Fábio Eugênio. Fonte: Diário do Nordeste (CE) 05/03/2008 Cidade

Spotify Flickr Facebook Youtube Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.