Por Dr. João Modesto Filho

A pandemia mundial do COVID-19 está mudando a vida de boa parte da humanidade, sendo algo sem paralelo em nossa historia moderna. A crise da saúde, causada pela propagação do coronavírus, tem alterado completamente as práticas profissionais, além de ocupar boa parte dos nossos pensamentos. Por conta disso, está ocorrendo uma redução drástica do contato social, com o número de visitas aos consultórios diminuindo de forma significativa e afetando os pacientes crônicos. Atrasos ou faltas de tratamentos fazem soar o alarme do que pode estar ocorrendo e o que poderemos ter depois da diminuição dos graves problemas do coronavírus, ou seja, o que estamos vivenciando e o que encontraremos ao final da pandemia.

Pacientes crônicos necessitam usualmente de ajustes e adaptações nos tratamentos a intervalos que podem variar de poucas semanas a vários meses. Mas, devido ao confinamento atual que se faz necessário, muitos pacientes acreditam que não deveriam reclamar dos seus problemas, considerando tudo o que ouvem na mídia. Muitos têm receio de sobrecarregar o médico e têm medo principalmente de serem infectados se forem encaminhados para um serviço de urgência. Embora o sistema de saúde esteja voltado para a pandemia e, ainda, com os pacientes minimizando seus sintomas e adiando a procura por cuidados médicos, as diversas patologias – agudas ou crônicas -, por deteriorarem o estado clínico, continuam a provocar mortes.

Possibilidades de agravos à saúde, e mesmo mortes por patologias como acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, descompensação diabética, descontrole da pressão arterial, etc, devem estar ocorrendo e determinando as mais diversas consequências negativas. Por isso, muitos entendem que precisamos ser pró-ativos, mobilizando nossos pacientes e chamando-os para as consultas (presenciais e/ou “on line”), isso, evidentemente, com todos os cuidados sanitários necessários. Afinal, o próprio confinamento é um fator de risco importante porque as pessoas ficam em casa, não se movimentam, passam horas sentadas diante de TV’s, com atitudes prejudiciais a saúde.

Pesquisas recentes feitas na França revelaram que 27% dos entrevistados estão em estado importante de ansiedade, quando, anteriormente, e fora do período pandêmico, esse percentual girava em torno de 13.5%. Por outro lado, outra pesquisa mostrou que 35% desistiram de fazer pelo menos uma consulta médica e, entre os motivos citados, 38% disseram ter medo de serem infectados, 28% com receio de perturbar o médico e 17% por conta do fechamento dos consultórios. Desse modo, todos aqueles que têm uma doença crônica devem continuar a fazer contato com seus médicos. Afinal, não é apenas o vírus que destrói vidas e, cada vez mais, se nota os grandes distúrbios psicológicos e emocionais que estão surgindo, muitos em decorrência da extrema solidão a que estão submetidas incontáveis pessoas nessa difícil mudança da vida cotidiana.

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