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drcassioCRM-PB Entrevista: Dr Cássio Virgílio Cavalcante de Oliveira

Desde 2007, é realizada em todo o país a Campanha Setembro Verde, que tem por objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos. Na Paraíba, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), de janeiro a agosto de 2021, foram realizados 156 transplantes de órgãos e tecidos, sendo 137 de córneas, dois de coração, nove de rins e oito de fígado. Na lista de espera, no entanto, há mais de 500 pessoas.

Segundo o médico Cássio Virgílio Cavalcante de Oliveira, a campanha vem esclarecendo a população sobre a seriedade e a lisura do processo de doação de órgãos. “A falta de órgãos ainda acontece por questões técnicas, mas na maioria das vezes por negações familiares. É preciso lembrar que amanhã a situação pode estar invertida: eu ou um ente querido podemos estar no lado inverso, na fila de espera de um transplante”, afirma o médico que é coordenador do Setor de Transplantes da Unimed João Pessoa e pioneiro em transplante de fígado na Paraíba, tendo realizado o primeiro procedimento deste tipo em 2004.

Cássio Virgílio é formado em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba, fez residência em Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE), é doutor em Ciências em Gastroenterologia pela Universidade de São Paulo (USP) e Fellow em Transplante de Fígado pela Universidade de Pittsburgh (EUA). Atualmente é também professor da UFPB e da Famene. Na entrevista a seguir, ele fala sobre as principais dificuldades na captação de órgãos, da campanha Setembro Verde, do impacto da pandemia de covid-19, além de registrar uma mensagem de esperança para quem está na lista de espera.

 

Levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) mostrou que houve uma redução de 210 mil transplantes de órgãos, tecidos e células no Brasil, entre 2020 e 2019, por conta da pandemia de covid-19. O sr observou essa redução também na Paraíba?

Sim. Porém, na Paraíba, como vínhamos nos últimos anos com queda no número de transplantes, a mudança de gestão acelerou o trabalho na Central de Transplantes e estamos, agora, em um crescente número de efetivação de doadores.


Quais são os tipos de transplantes realizados na Paraíba?

Córnea, rim, fígado e coração.


Ainda há muitos mitos e desinformação sobre os transplantes? Como a Campanha Setembro Verde pode ajudar na disseminação de informações claras e verdadeiras?

Ainda há falta de informação. A campanha vem esclarecendo a população sobre a seriedade do processo, mostrando a lisura deste, desde a confirmação da morte encefálica, a distribuição na fila sem privilégios, o conhecimento de que praticamente 100% dos transplantes são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e mostrando como a pessoa pode se tornar um doador. Afinal de contas, amanhã a situação pode estar invertida: eu ou um ente querido meu pode estar no lado inverso da porta (na fila de espera).


Quais as principais dificuldades para a captação de órgãos? São questões técnicas e operacionais ou falta de órgãos por recusa dos parentes?

Falta de órgãos por questões técnicas ou na maioria das vezes por negações familiares. Hoje podemos não está precisando, amanhã, poderemos ser nos, os necessitados. Além do mais, o ato de doação permite que parte do corpo do meu ente querido permaneça vivo ajudando a manutenção da vida e mantendo a alegria de outra família.


Qual mensagem o sr pode passar à população sobre a importância da doação de órgãos? E para os pacientes que estão na fila espera?

Mensagem de esperança. Nos últimos dois anos, tivemos um aumento expressivo no número e no resultado dos transplantes realizados. Com isso, nossa fila está diminuindo e com o final da pandemia, teremos um aumento muito significativo, o que em breve nos colocará outra vez em destaque nacional.


Como o sr vê o atual momento que estamos vivendo com relação à pandemia de covid-19?

Com a diminuição da mesma, já estamos começando a colher os números do árduo trabalho da Central de Transplantes, com aumento no diagnóstico e oferta de órgãos, o que, com certeza, amenizará a dor e salvará a vida de tantos que estão na fila.

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