O Dia Mundial de Saúde Mental, comemorado em 10 de outubro, tem como tema central a prevenção do suicídio. Mais de 90% de todos os casos do suicídio estão associados a distúrbios mentais como a Depressão, Esquizofrenia, Transtorno Bipolar e Alcoolismo. Consequentemente, reduzir o índice de suicídio significa melhorar o acesso e o tratamento para as pessoas que sofrem da doença mental. Nessa data, a Organização Mundial de Saúde – (OMS), alerta para a necessidade de atenção e de recursos para o melhor cuidado da população em relação à saúde mental. No Brasil, a comemoração da data do Dia Mundial de Saúde Mental será marcada pelo lançamento de um manual. O Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) produziram a publicação “Prevenção do Suicídio: Manual Dirigido a Profissionais das Equipes de Saúde Mental”. O material faz parte da Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio, que tem como finalidade reduzir as taxas de suicídio de tentativas e os danos associados aos comportamentos suicidas. O lançamento será realizado nesta terça-feira (10), no Auditório Emílio Ribas, do Ministério da Saúde, com a presença do Ministro da Saúde, Agenor Álvares. Na mesma data, o Ministério da Saúde vai promover debates sobre a Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio e a Política Nacional de Saúde Mental. Especialistas elogiam a iniciativa do Ministério da Saúde, mas alertam que isso é ainda muito pouco. Para o Coordenador do Departamento de Psiquiatria Biológica da Associação Brasileira de Psiquiatria – (ABP), Fernando Volpe, as associações devem valorizar essa iniciativa. “Suicídio é um tema de importância nos últimos cinco anos em todo o mundo e a ação do governo brasileiro é louvável, mas ainda falta maior participação dos médicos psiquiatras nesses projetos”, pondera Volpe. O suicídio cresceu em 60%, nos últimos anos, em todo o mundo, alcançando mais de 1 milhão de mortes por ano, o que significa que no mundo, uma pessoa suicida-se a cada 45 segundos. Em muitos países, o suicídio é a principal causa de perda de dia útil de vida e a terceira causa de mortes de homens entre 14 e 44 anos. Já as tentativas de suicídios de mulheres são três vezes maiores, segundo a OMS. A cada 100 mil pessoas no Brasil, cinco morrem por suicídio, o que torna um problema de saúde pública grave não só em relação ao sofrimento das pessoas, mas como também nos gastos com o tratamento adequado. O risco é ainda maior na faixa etária dos idosos, população que mais cresce no Brasil. “A iniciativa de prevenção não reduz apenas mortes, mas o sofrimento de famílias inteiras”, revela o Coordenador do Departamento de Psiquiatria Biológica da ABP. Para o presidente da ABP, Josimar França, a relação do suicídio com as doenças mentais deve ser levada mais a sério no Brasil. “A melhor prevenção contra o suicídio é garantir o acesso ao diagnóstico e ao tratamento de qualidade para as pessoas que sofrem com doenças mentais”, afirma o presidente. Tratamentos que encontram grande resistência ideológica no Brasil, como a eletroconvulsoterapia e a internação, são comprovadamente eficazes na prevenção do suicídio. Outro dado alarmante é que 30% das pessoas que se suicidam já tiveram outras tentativas. “Qualquer tentativa é um grande alerta”, explica Volpe. Para Josimar França, a questão da prevenção deve ser ampliada e estimular toda a sociedade. “As associações e o governo devem convocar um grande debate com a população . As pessoas têm pouca informação sobre as doenças mentais. A ABP defende a ampliação desse debate através de uma ação conjunta com o Ministério da Saúde, que prevê campanhas educativas voltadas para leigos e para toda a comunidade, combatendo o estigma e esclarecendo as principais doenças mentais”, conclui o presidente da ABP.

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