Quanto mais cedo é diagnosticado um câncer de mama, maiores são as chances da cura. Por isso, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) editou a publicação Parâmetros Técnicos Para Programação de Ações de Detecção Precoce do Câncer de Mama, para ajudar gestores estaduais e municipais de saúde no planejamento à atenção ao câncer de mama e para aumentar o número de diagnósticos precoces da doença. A publicação possui um conteúdo inédito, que procura orientar os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) de todos os estados sobre as condutas clínicas no rastreamento do câncer de mama. “Este material vai ajudar os sistemas e serviços de saúde da mulher a se prepararem melhor para identificação de casos de câncer de mama”, explica o técnico da Divisão de Atenção Oncológica do INCA Ronaldo Corrêa. O Instituto lançou uma tiragem com 25 mil exemplares da publicação, que serão distribuídos para as secretarias estaduais e municipais, universidades, centros de mastologia (especialidade médica dedicada ao estudo das glândulas mamárias) e bibliotecas em todo país. Também disponível aqui. A publicação fala sobre a importância da utilização de parâmetros técnicos de programação para a organização de Redes Regionais de Atenção Oncológica. Assim, todos estados e municípios deverão trabalhar em conjunto no controle do câncer e todas as informações coletadas sobre a doença serão compartilhadas. “Com a organização de dados, ficará mais fácil traçar novos parâmetros para a organização e planejamento da atenção ao câncer de mama”, diz Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer. As Redes Regionais formarão Redes Nacionais, que envolverão diferentes parceiros, tanto do governo quanto da sociedade civil. Os estados trabalharão de forma independente, com estratégias diferenciadas, traçadas a partir de informações retiradas dos bancos de dados. Um grupo de trabalho do INCA foi responsável pela elaboração da metodologia de trabalho e pela formulação dos textos. Este grupo recebeu a colaboração de diversas áreas do próprio instituto, como também de áreas técnicas do Ministério da Saúde e de outras instituições de ensino e pesquisa no Brasil. Para a elaboração dos parâmetros foram utilizadas referências de programas de rastreamento populacional de países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido além de informações de ações de rastreamento desenvolvidas no país. “A metodologia usada baseou-se na adaptação de informações dos bancos de dados brasileiros com dados da literatura internacional”, explica Ronaldo Corrêa. Detecção precoce – Segundo o INCA, o tumor de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres brasileiras, com mais de nove mil por ano. “A melhor forma de mudar esse quadro é com detecção precoce, que aumenta em 90% as chances de tratamento e cura do câncer”, diz Ronaldo Corrêa. Por isso, todos os níveis de atenção à saúde, tanto a alta complexidade quanto a média e a atenção básica, devem estar articulados para que diagnósticos e tratamentos sejam oferecidos com qualidade, no momento adequado e para quem realmente necessita. Se acontece a identificação de um tumor em um posto de saúde, é fundamental que os profissionais saibam fazer o encaminhamento da forma mais adequada possível para a continuidade do tratamento em uma unidade capacitada e habilitada em tratar o câncer de mama. De acordo com a publicação, existem dois tipos de exames de rastreamento do câncer de mama: o exame clínico e a mamografia. O auto-exame também é uma forma de detecção precoce da doença, porém não deve ser substituído pelo exame clínico. Para o diagnóstico do câncer, utilizam-se a mamografia (radiografia dos seios), a ultra-sonografia (método que aproveita o eco produzido pelo som para ver em tempo real as sombras produzidas pelas estruturas e órgãos do organismo) e biópsia (quando se retiram amostras de tecidos). Um levantamento do Ministério da Saúde mostrou que, no Brasil, geralmente os tumores são diagnosticados em estágio avançado. Pesquisas do INCA realizadas entre 1999 e 2003 revelaram que, nesse período, apenas 3,35% dos casos de câncer de mama receberam diagnóstico no começo da doença. O diagnóstico tardio afeta o tratamento e diminui as chances de cura dos pacientes. A redução da mortalidade por câncer de mama é uma das diretrizes da Política Nacional de Atenção Oncológica, lançada em 2005 pelo Ministério da Saúde, para tratar o câncer como um problema de saúde pública. Segundo os Parâmetros Técnicos Para Programação de Ações de Detecção Precoce do Câncer de Mama, todas as mulheres com idade acima de 35 anos com casos de câncer da mama na família (mãe, irmã e filha) diagnosticados antes dos 50 anos, com câncer de ovário em qualquer idade ou co história de câncer de mama masculino na família devem procurar anualmente atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar a mamografia e o exame clínico feito por profissionais treinados como médicos ou enfermeiros. Todas as mulheres com idade a partir de 40 anos devem realizar o exame clínico das mamas anualmente. Entre 50 e 69 anos, toda mulher deve fazer uma mamografia no mínimo a cada dois anos, além do exame clínico anualmente. O INCA recomenda a prática do auto-exame da mama apenas como uma estratégia de auto-conhecimento. Risco – Alguns fatores favorecem o aparecimento do câncer de mama. A doença atinge principalmente as mulheres (os casos em homens são mais raros, mas existem). A existência de casos na família representa outro fator de risco. A primeira gravidez em idade tardia, o envelhecimento, a obesidade, a inatividade física e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas também podem ser responsáveis pelo desenvolvimento da doença. O Ministério da Saúde e o INCA atuam na orientação sobre esses fatores. Promovem ações contra o uso abusivo do álcool, a incorporação de hábitos alimentares saudáveis e estimulam as mulheres a manter o peso ideal, principalmente no período pós-menopausa (quando a mulher pára de menstruar). Informações para a imprensa Divisão de Comunicação Social Instituto Nacional de Câncer Tel.: (21) 2506-6103 / 2506-6108 Fax: (21) 2242-2366 www.inca.gov.br

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