8 de setembro de 2011 

Médico disse estar usando furadeiras domésticas em cirurgias cranianas. Cruz Vermelha diz que equipamento correto está quebrado há um ano.

O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba anunciou nesta terça-feira (6) que vai abrir uma sindicância para apurar o uso de furadeiras domésticas em cirurgias cranianas no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. A reclamação é de um médico do hospital e integrante da associação dos médicos da Paraíba, Ronald Farias. Ele disse que os craniótomos do hospital estão quebrados e as cirurgias estão sendo realizadas com furadeiras. 

O presidente do CRM-PB, João Medeiros, explicou ao G1 que um conselheiro-corregedor irá indicar um conselheiro-sindicante para iniciar as investigações. “O CRM vai ouvir o diretor técnico da instituição e as pessoas envolvidas”, disse. A data para o início dos trabalhos ainda não foi divulgada. 

O uso de furadeiras comuns para o procedimento cirúrgico é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Considerando a furadeira doméstica como um dispositivo ‘impróprio’, a norma também alerta para os riscos de sua utilização em cirurgias. “A furadeira pode contaminar o campo cirúrgico com o óleo usado na lubrificação; apresenta riscos de descargas elétricas; não tem controle de rotação; e não pode ser esterilizada”, consta no documento. 

A Cruz Vermelha, que gerencia o Hospital de Trauma, confirmou que o craniótomo está quebrado há mais de um ano. Ele já teria passado por uma manutenção, mas voltou a apresentar falhas. 

Já a Secretaria de Saúde do Estado enviou nota negando as informações. Nela, o coordenador da neurocirurgia do hospital, Claudio Emmanuel, diz que o Trauma possui dois craniótomos e três trépanos, equipamentos utilizados nas cirurgias neurológicas, que estariam em pleno funcionamento. 

“As informações divulgadas são infundadas e não passam de perseguição política, produzidas por pessoas que não estão preocupadas e comprometidas com a melhoria do sistema de saúde da Paraíba. Com isso, quem mais sofre é a população, e não os gestores”, disse o secretário de Saúde Waldson de Souza.

Fonte: G1 Paraíba

 

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