24 de novembro de 2011

O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) inspecionou na última terça-feira (22 de novembro), por determinação do Ministério Público, oito Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) e o Hospital Sá Andrade na cidade de Sapé e constatou irregularidades em todas elas. O CRM-PB determinou a interdição ética médica na UBSF VII Portal II, no bairro Mutirão II, que já apresentava situação precária desde setembro do ano passado. As demais unidades continuam funcionando normalmente, mas o CRM-PB alerta para a necessidade de uma inspeção da Vigilância Sanitária.

As oito unidades básicas de saúde já haviam sido visitadas pelo CRM-PB em setembro deste ano. “A maioria absoluta das unidades está na mesma situação ou piorou a qualidade dos seus serviços. No entanto, o CRM só pode interditar eticamente no que se refere ao trabalho médico. Outras problemas são relativos à Vigilância Sanitária”, destacou o diretor de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça. A UBSF Portal II apresentava as mesmas irregularidades de um ano atrás, principalmente no que se refere ao consultório médico, que estava sem porta, tornando pública a conversa entre paciente e profissional.

De acordo com o diretor de Fiscalização, foram constatadas as seguintes não conformidades em quase todas as UBSFs de Sapé: ausência de médicos, de alvará da Vigilância Sanitária, de extintores de incêndio, de dispensadores de sabão líquido e papel toalha (imprescindíveis para a higiene das mãos), de ar condicionado nas salas de imunização, de telas nas janelas de todos os ambientes, permitindo a entrada de moscas e baratas, além da insegurança no processo de esterilização de equipamentos com o uso indevido de estufas, e problemas na infraestrutura, com paredes danificadas.

“Apesar de todas as unidades apresentarem problemas, a situação mais preocupante foi na UBSF Portal II, que possui instalações improvisadas, com uma estrutura predial precária”, disse Eurípedes Mendonça. Outro problema grave encontrado foi o consultório médico vazado, tornando a conversa do médico com o paciente, durante a consulta, pública.

Eurípedes destacou ainda que as condições de trabalho dos funcionários são as mais precárias possíveis. “Os funcionários precisam levar seus ventiladores, não há copa, nem um mínimo de conforto. O Ministério Público do Trabalho deveria fazer uma visita a essas unidades”, disse.

De acordo com Eurípedes, a situação da unidade, que já era grave no ano passado, tornou-se gravíssima e incompatível com o exercício da Medicina. “Tudo isso já havia sido observado e relatado na inspeção do ano passado, mas nada foi corrigido. Por isso, tivemos que fazer a interdição ética”, afirmou o médico.

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