O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) interditou na última sexta-feira (15), o Hospital e Unidade Mista de Saúde João Moisés de Souza, em Nova Olinda e a Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) I de Olho D’água. As duas cidades do Sertão paraibano possuem em torno de 6 mil habitantes, cada uma, e ficam a cerca de 400 quilômetros de João Pessoa.

Em Nova Olinda, o hospital interditado era o único da cidade e de pequeno porte, mas prestava atendimentos de urgência e internamento em Clínica Médica, Pediatra e Obstetrícia. No entanto, o hospital não contava com médico todos os dias, não possui laboratório de análises clínicas e radiológicas, as ambulâncias estavam quebradas, além de apresentar diversos problemas estruturais, que comprometem o atendimento à população e o trabalho dos profissionais.

O diretor de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, explicou que o órgão já havia fiscalizado duas vezes a unidade de saúde, nos anos de 2009 e 2010. “Agora, observamos significativa piora no funcionamento do hospital. Há evidências de que ele está abandonado”, disse o diretor do CRM. Além dos problemas já citados, ele acrescentou que as portas do hospital estão com cupim, a pintura está desgastada e a central de esterilização não funciona. “Lamentamos ainda o desperdício de dinheiro público, já que equipamentos, medicamentos e insumos de alto custo estão se deteriorando no interior do bloco cirúrgico”, completou Eurípedes.

O diretor de Fiscalização acrescentou ainda que a fiscalização do CRM foi determinada pela promotora de Justiça da Comarca de Piancó, Geovanna Patrícia de Queiroz Rego. “Em junho do ano passado, a diretoria do hospital declarou que cumpriria alguns termos para melhorar o funcionamento do hospital. Infelizmente, quase nada foi cumprido”, disse Eurípedes.

Olho D’Água: hospital abandonado e UBSF sem condições mínimas
Na cidade de Olho D’Água, o CRM fiscalizou o Hospital Geral, que tem em sua fachada o nome de Hospital – Maternidade dr Geneton Carvalho. No entanto, Eurípedes Mendonça disse que não há médicos na escala do hospital, apenas dois técnicos de enfermagem. “Alguns moradores da cidade disseram que o hospital está sem funcionar. Por isso, sugerimos que o Ministério Público investigue a real situação do hospital (se está recebendo recursos do SUS) e se há a viabilidade da sua reabertura”, disse.

Também no dia 15 de fevereiro, o CRM interditou o Centro de Saúde de Olho D’Água. A unidade não tem alvará da Vigilância Sanitária e está com a escala médica incompleta. “A situação da população da cidade está muito difícil. O município não dispõe de hospital e conta com apenas 3 postos de saúde da família, sendo que dois médicos estão afastados por motivo de doença”, afirmou Eurípedes.

A UBSF que foi interditada estava em reforma, sem obedecer à norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que determina o isolamento mecânico e sonoro para que o barulho e a poeira não prejudiquem o atendimento dos pacientes. “Devido à reforma, a esterilização estava sendo realizada em uma autoclave no corredor. Os dois banheiros estavam cheios de material de construção e a única pia não tinha sabão líquido e papel toalha. Esses já são motivos suficientes para a interdição ética”, explicou.

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