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“Evitem aglomerações, nem sempre temos desfechos positivos nos contaminados pelo coronavírus”

Entrevista: Dra Társila Almeida Leite

Dois dias após a sua graduação em Medicina pela Unifacisa, em Campina Grande, Társila Almeida Leite começou a trabalhar como médica da linha de frente contra a covid-19 no Hospital Pedro I, uma das unidades de referência no tratamento da doença, na Paraíba. A jovem médica, de apenas 22 anos, já era estagiária do hospital antes da formatura e a experiência que adquiriu durante este período a fez ter certeza que era este o seu papel durante a pandemia.

“O internato no Pedro I foi uma escola para mim, não só pelo suporte que dispõe, como pelos profissionais de extrema excelência que lá trabalham. Isso despertou meu desejo de fazer parte da linha de frente contra a covid-19”, diz Társila. Em outubro do ano passado, na programação da Semana do Médico, o CRM-PB homenageou e agradeceu a estes jovens profissionais que vem se dedicando a atuar na linha de frente, junto aos médicos mais experientes.

              

Na entrevista a seguir, Társila conta sua experiência como médica, os desafios e as gratificações. Ela também ressalta que o aumento do número de casos da covid-19, vem lotando os hospitais e deixando os médicos cada vez mais cansados, apesar de estarem unidos e motivados em continuarem lutando contra a doença.

Como tem sido a experiência de trabalhar como médica da linha de frente na pandemia?

Trabalhar como médica na linha de frente da Covid-19 tem sido desafiador e ao mesmo tempo gratificante. É preciso sensibilidade para lidar com os pacientes e suas famílias e ao mesmo tempo racionalidade para não absorver todas as situações.

O que a motivou a trabalhar na linha de frente logo após sair da faculdade?

Eu era estagiária do Hospital Municipal Pedro I ainda no internato. O serviço foi uma verdadeira escola para mim, não só por todo o suporte que dispõe, como pelos profissionais de extrema excelência que lá trabalham. Isso foi o que me despertou o desejo por fazer parte da linha de frente da Covid-19.

Campina Grande, assim como diversas outras cidades do estado, vem enfrentando um número crescente nos casos de covid-19. Como enfrentar esses desafios diários no hospital?

O aumento no número de casos afeta diretamente nosso trabalho. O serviço fica lotado e os profissionais cada vez mais cansados. Por isso é importante que tenhamos apoio e motivação uns dos outros e isso há de sobra no serviço que trabalho.  

Como tem sido a sua experiência pessoal para conciliar trabalho e família?

A maioria do meu tempo, desde que me formei, está sendo doada para meu trabalho. Contudo, separo dois dias na semana para minha família e amigos.

Apesar do trabalho incansável dos profissionais de saúde há mais de um ano, no combate à pandemia, uma parte da população não colabora, promovendo aglomerações e contribuindo para a disseminação do coronavírus. Qual conselho você pode dar a estas pessoas?

O conselho que dou é que evitem aglomerações. Nem sempre temos desfechos positivos nos contaminados.

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