Em abril de 2020, a médica Jaqueline de Andrade aceitou o desafio de se mudar para Patos, no Sertão paraibano, e assumir a diretoria técnica do Hospital Regional Janduhy Carneiro, uma das unidades de referência para pacientes com covid-19 no estado. “Chegar ao interior do estado no início da pandemia, em uma região tão fragilizada, foi um grande desafio e aprendizado. Tive que ter coragem”, diz Jaqueline.

Aos 38 anos e formada em Medicina pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Facisa) de Campina Grande, em 2012, ela conta que trabalhava em hospitais de João Pessoa e Campina Grande antes de se mudar para o Sertão. “Trabalhar na linha de frente gera apreensão, medo e angústia. Mas estou preparada e sei que essa é a minha missão”, ressalta a médica.

Na entrevista a seguir ela fala também sobre a alta ocupação de leitos de UTI dos hospitais, da necessidade de todos seguirmos as medidas sanitárias para conter a rápida disseminação do novo coronavírus e da ascensão da mulher na medicina paraibana. “O carinho, a dedicação e a perseverança da mulher paraibana dão substância aos ideais hipocráticos”.

 

Como tem sido para a sra trabalhar na linha de frente da pandemia? Quais os principais desafios?

Trabalhar na linha de frente da pandemia tem sido deveras desafiador, gera apreensão, medo, angústia. Mas eu estou preparada, treinada, e sei que essa é a minha missão. É um trabalho constante, árduo! A pandemia de covid-19 representa um desafio único por si só. Encontrar um equilíbrio entre ajudar os pacientes sendo resolutiva, lidar com informações ainda imprecisas sobre a doença e controlar a minha própria angústia em virtude do momento são os principais desafios que encontro.

As unidades de saúde do Sertão do estado estão sofrendo com a alta ocupação de leitos, mesmo com a instalação de novos. Como gestora, como a sra avalia esta situação?

Em que se pese o olhar zeloso do Governo do Estado para com o Sertão, no tocante a sanar a necessidade de mais leitos para covid-19, a transmissão do vírus aumentando, faz com que careçamos de mais e mais leitos disponíveis, o que nos remete para a máxima que ja é de amplo conhecimento de todos: as medidas de prevenção ainda são a mais eficiente das ações.

O que levou a sra a optar por trabalhar em uma unidade hospitalar referência para o tratamento da covid-19, no interior do estado?

O desafio! Chegar ao interior do Estado no início da pandemia, em uma Macrorregião (a terceira) a mais fragilizada, tem sido um grande desafio e aprendizado.

Já estamos na pandemia há mais de um ano, profissionais de saúde cansados e uma parte da população ainda insiste em não seguir as medidas sanitárias. O que a sra pensa sobre isso?

Penso que nós, enquanto cidadãos, precisamos fazer o “ a lição de casa” para que possamos ultrapassar de maneira célere este momento. Enquanto não houver ampla vacinação para a população, a maneira mais eficaz de combate à doença é a prevenção.

Neste mês de março, no dia 8, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Como a sra avalia o papel da mulher na medicina paraibana?

A ascensão da mulher paraibana na medicina traz a energia impulsionadora das capacidades relacionadas ao ser humano. Fala muito mais sobre o ideal humanístico do que de números. Estamos avançando céleres nessa atividade desafiadora equilibrando oportunidade, força e ideais humanísticos, ante aos extremos que encontramos em nosso Estado. O carinho, a dedicação e a perseverança da mulher paraibana dão substância aos ideais hipocráticos culminando em novos tempos ao sacerdócio secular que é a Medicina.

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