A diretoria do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) apresentou, nesta terça-feira (3), ao vice-presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Leôncio Teixeira Câmara, um relatório com os principais problemas na área de saúde detectados nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Patos e Guarabira.

Durante a entrega do documento, o presidente do CRM-PB, João Medeiros Filho, destacou que a situação precária da saúde no estado vem se alastrando há diversos meses e tem se agravado nos últimos dias em virtude da insensibilidade dos gestores. “Há 38 anos atuo na área médica e não lembro, em todo este período, de uma situação tão crítica como esta que estamos presenciando agora”, disse o presidente da entidade.

Ele ressaltou ainda que a audiência no Tribunal de Justiça teve por objetivo informar oficialmente ao poder judiciário a situação caótica da saúde pública no Estado. Na ocasião, João Medeiros ainda informou que a entidade está tentando agilizar uma audiência com o governador Ricardo Coutinho, para discutir todas as dificuldades que a área de saúde da Paraíba vem enfrentando, como também para solicitar urgência na abertura do Hospital de Trauma de Campina Grande.

O vice-presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Leôncio Teixeira Câmara, disse que as informações trazidas pelo CRM-PB são de extrema importância e que o Tribunal de Justiça precisa ser provocado para tomar qualquer medida em relação ao que tem sido divulgado pelo CRM-PB, outras entidades médicas e o Ministério Público. “Esse relatório é muito importante para o TJ, um órgão julgador. Nós do Judiciário, estamos solidários aos profissionais e à população. Esperamos que o Poder Executivo tome as providências necessárias”, disse o vice-presidente do TJ.

A reunião contou com a presença do presidente do CRM, João Medeiros Filho, do diretor do Departamento de Fiscalização, Euripedes Mendonça, do tesoureiro do CRM-PB, Fernando Serrano, e do vice-presidente do TJ, Leôncio Teixeira Câmara.



RESUMO DOS ÚLTIMOS RELATÓRIOS DO DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DA PARAÍBA


CRM-PB constata caos na saúde pública da Paraíba


GUARABIRA
O SAMU não foi instalado. O hospital que prestava assistência às crianças – o Senhora da Luz – cancelou o convênio do SUS no final de 2010 e o Hospital Regional de Guarabira não tem estrutura e recursos humanos especializados até porque criança não é um adulto pequeno. Há alta rotatividade da diretoria técnica.


PATOS
O epicentro da crise. Os diretores técnicos da Maternidade e do Hospital Regional se demitiram há uma semana. A Maternidade Peregrino Filho, no dia 30 de abril de 2011, estava sem obstetra e sem anestesiologista, ou seja, sem condições de atender às parturientes.
O Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro também visitado pelo CRM em 30 de abril de 2011 teve a sua UTI adulto interditada em 02 de maio de 2011, por falta de médicos. Além disso, naquele dia também não havia anestesiologistas e nem cirurgião geral, fato gravíssimo.
O único hospital infantil da cidade, o Noaldo Leite, está com apenas 05 médicos atendendo no nosocômio. Não há retaguarda de cirurgia pediátrica e anestesiologistas e nem da UTI que foi fechada por falta de médicos e também interditada pelo CRM em 02 de maio de 2011.   


CAMPINA GRANDE
O Hospital Regional funciona há anos em um local improvisado, pois foi construído para abrigar uma tipografia. Suas instalações prediais vêm progressivamente se deteriorando e sem a correspondente e eficaz manutenção preventiva e corretiva sob a alegação de que “no próximo mês, o hospital se muda para a alça sudoeste”. Passados mais de dois anos e este “próximo mês” nunca chega. A última previsão de mudança é para junho de 2011. A UTI adulto chegou a ter mais da metade dos seus leitos INTERDITADOS pelo CRM, sendo desinterditados na atual gestão estadual. Não há hospitais de urgência pública municipal. Também não há maternidade pública estadual. A única pública é municipal – o ISEA – e está sempre superlotada.


JOÃO PESSOA
No dia 28 de abril de 2011, o CRM – mais uma vez – vistoriou o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena e constatou a superlotação, situação que foi amplamente divulgada pela mídia impressa e televisiva da Paraíba nos dias 01 e 02 de maio de 2011. Os diretores foram recentemente demitidos ou afastados.
A situação também se repete nó Ortotrauma – hospital público municipal – tanto no aspecto de superlotação (constatado pelo CRM há menos de um mês) e na troca de diretoria. Apesar da superlotação, os gestores em vez de aumentar o número de hospitais fizeram a lição ao contrário: fecharam a urgência do Hospital Santa Isabel de JP e a maternidade Santa Maria, também em João Pessoa.


SUGESTÕES
Como alternativa emergencial, o poder público deveria contratar leitos na iniciativa privada até que a superlotação desapareça e que reative a urgência do Hospital Santa Isabel; construa novos hospitais e aumente o número de leitos existentes, além de cuidar da parte mais importante de um estabelecimento de saúde que são os recursos humanos, propiciando-lhes condições de trabalho e de remuneração dignas.
Spotify Flickr Facebook Youtube Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.