O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) interditou eticamente nesta quinta-feira (25 de outubro) pela manhã o Bloco Cirúrgico e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa. O hospital é referência estadual no atendimento a crianças.

Desde ontem o hospital está sem médicos cirurgiões devido ao fim do contrato das cooperativas médicas que prestam serviço à unidade de saúde com o Governo do Estado. De acordo com o diretor de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, o hospital não tem como realizar cirurgias sem a escala médica. “A falta de médicos compromete o atendimento nesses dois setores, por isso tivemos que fazer a interdição para preservar a população e os outros profissionais”, explicou.

 

Foi declarado na tarde desta quinta-feira (25) que as cooperativas médicas poderão permanecer com os contratos nos hospitais estaduais da Paraíba até o dia 19 de dezembro deste ano. A decisão aconteceu após o juiz do Trabalho, Arnóbio Teixeira de Lima acolher em parte o pedido do Estado da Paraíba e da Cooperativa Campinense de Anestesiologia.
A Justiça decide pela prorrogação um dia após o término do prazo para o encerramento dos contratos entre o Estado e as cooperativas. Na quarta-feira (24), os médicos já não trabalharam, e por causa da falta de médicos, o Conselho Regional de Medicina na Paraíba chegou a interditar eticamente o Bloco Cirúrgico e a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Estadual Arlinda Marques.
Com a UTI fechada, o hospital teve que negar a internação de um bebê de apenas 45 dias, que chegou a morrer horas depois no Complexo Hospitalar Governador Tarcísio Burity, conhecido como Trauminha de Mangabeira. A família alega que a criança morreu por falta de atendimento.
Após a decisão de cancelar o trabalho dos médicos cooperados nesta quarta-feira (24), o sercretário de Saúde, Waldson Souza, já havia informado que iria tentar ampliar o prazo até dezembro. Paralelo à prorrogação dos contratos, ele informou que já está tomando todas as providências para contratação de novos médicos, através de uma seleção simplificada com 259 vagas.
O procurador-chefe do Trabalho, Eduardo Varandas, não foi intimado da decisão judicial, mas esclareceu que “ainda que admitamos o fim do prazo apenas em dezembro, a verdade é que a ilegalidade do sistema patrocinado pelo Estado da Paraíba permanece inalterada. A resolução do problema é mera questão de tempo”.
“O MPT espera que o Estado planeje a saúde pública com maior responsabilidade e realize concurso público como manda a Constituição da República. Vamos examinar a decisão judicial e verificar se é o caso de recurso”, finalizou o procurador.

 

 

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