A crise no sistema de saúde no Nordeste, provocada por uma onda de greves e demissões dos médicos da rede pública, chegou ontem à Paraíba. Os profissionais do PSF (Programa Saúde da Família) de João Pessoa iniciaram uma greve de advertência de 48 horas para reivindicar melhores condições de trabalho e pedir um reajuste salarial. O movimento, que acaba hoje, prejudica o atendimento de 6.400 pessoas beneficiadas no projeto. Segundo o presidente do sindicato da categoria no Estado, José Demir Rodrigues, a greve poderá ser deflagrada por tempo indeterminado a partir da próxima semana, caso não haja acordo com a Prefeitura de João Pessoa. O sindicato reivindica melhoria nas infra-estruturas das 180 unidades na capital paraibana e isonomia salarial com os profissionais que trabalham em Campina Grande (130 km de João Pessoa). De acordo com Rodrigues, os 160 médicos do PSF da capital recebem cerca de R$ 3.400. Em Campina Grande, afirma, o salário é de R$ 4.500. A prefeitura propôs reajustar os vencimentos para cerca de R$ 3.600. Na próxima segunda-feira, a categoria se reunirá em assembléia para decidir os rumos do movimento. Caos no Nordeste – O caos na saúde perdura em Pernambuco, Alagoas e Ceará. Em Pernambuco, onde 134 médicos de emergências públicas se demitiram, os profissionais devem discutir nova proposta de aumento salarial do sindicato e uma possível contraproposta do governo. A categoria, que reivindicava reajuste do salário de R$ 1.540 para R$ 2.080 e da gratificação de R$ 600 para R$ 1.150 por mês, já aceita R$ 2.000 de salário inicial mais R$ 1.000 de bonificação. O governo estuda a possibilidade de aumentar o piso para R$ 1.800. Já em Maceió, os médicos da rede estadual de saúde fizeram ontem um ato público na maternidade Santa Mônica, que atende gestantes de alto risco. A greve dura mais de 60 dias e os médicos pedem reajuste. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Wellington Galvão, cerca de 80% dos 103 médicos da maternidade assinaram um pedido de demissão coletiva que poderá ser entregue nos próximos dias ao Estado, caso não sejam reabertas as negociações. O governo do Estado diz que não pode atender à reivindicação dos médicos, pois não pode descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita gastos com o pagamento de salários. Na semana passada, 143 médicos pediram exoneração. No Ceará, além da falta de leitos de UTI no interior, médicos da rede municipal de Fortaleza ameaçam demissão em massa ou greve geral por não concordar com a proposta de reajuste da prefeitura, que propõe um piso de R$ 751 (a categoria exige R$ 1.700). Anestesistas e cardiovasculares que atuam em hospitais credenciados com o SUS também estão em greve no Estado.

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