A Assembléia Geral Extraordinária da Confemel – Confederação Médica Latinoamericana e do Caribe – foi aberta, nesta quarta-feira (25/04/07), na sede da Associação Médica Brasileira, em São Paulo (SP), com a presença do presidente da entidade, Marco Antônio Becker; do vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D’Ávila; do 1º secretário da AMB, Aldemir Humberto Soares; do presidente da Federação Nacional dos Médicos, Eduardo Santana; e do presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, Desiré Callegari. Segundo Becker, seu objetivo à frente da Confemel é agregar todos os países da região, “porque temos os mesmos problemas”, e lutar pela valorização dos médicos nacionais. Para isso, haverá um aumento de representação no comitê diretivo. Nesta quinta-feira (26/04/07), serão eleitos os vice-presidentes regionais da entidade. Médicos irregulares Com representantes do Brasil, Bolívia, Uruguai, Panamá, Argentina e Venezuela na platéia, a primeira exposição, pela manhã, foi do tesoureiro da Confemel e conselheiro federal, Dardeg Aleixo (foto), sobre médicos irregulares nos países da América Latina e Caribe. Ele explicou que esses médicos sem registro ou diploma reconhecido são trazidos, em geral, em missões religiosas ou pelos próprios governos a fim de atuar na rede pública. Os governantes teriam três principais motivações: ideologia política (seguindo as idéias de Fidel Castro, de Cuba, e Hugo Chávez, da Venezuela), causa eleitoral (utilização da relação íntima entre médico e paciente para convencimento) e interesse financeiro (negligência das garantias trabalhistas e facilidade para desvio de verbas). Para Dardeg, “os médicos nacionais não interessam aos governos porque são críticos, exigem condições mínimas de salário, equipamentos, porque sabem que são responsabilizados pela assistência oferecida aos pacientes”. Durante o debate, cada país expôs um pouco de sua situação. Os quadros mais graves de atuação de médicos estrangeiros sem revalidação de diplomas estão na Venezuela e na Bolívia, porém este processo já foi desencadeado em todos os países representados no encontro. As propostas para combater tais medidas, cuja discussão terá continuidade nesta quinta-feira, farão parte da “Carta de São Paulo”, a ser aprovada no último dia do encontro (27/04/07). Esta mesa foi coordenada pelo presidente da Associação Médica do Panamá, Rubén Chavarria. Formação médica Pela tarde, a segunda mesa discutiu os recursos humanos na área da saúde na América Latina e no Caribe. O representante da OPAS – Organização Pan-americana de Saúde, José Paranaguá de Santana (foto à esquerda), afirmou que há uma “transmutação” de problemas nos diferentes períodos históricos. Hoje estas questões poderiam, de acordo com Santana, resumir-se em precariedade das relações de trabalho, corporativismo e desmotivação, gerando desequilíbrios geográficos. Entre as principais causas, estariam a capacidade gerencial precária dos administradores públicos, foco na especialização indiscriminada e processo educativo inadequado nas escolas e nos serviços. Já o conselheiro federal Geraldo Moreira Guedes ressaltou que a universalização do direito à saúde pela Constituição de 1988 não foi resultado de um desenvolvimento econômico e social à altura. Sendo assim, o Estado brasileiro é incapaz de oferecer assistência a toda a população. Por isso, lançaria mão de artifícios como a abertura indiscriminada de escolas médicas e a revalidação de diplomas estrangeiros. “Pretende-se claramente oferecer uma medicina de segunda linha para a população mais pobre”, destacou Guedes. O debate foi coordenado pelo presidente da Confederação Médica da República da Argentina, Jorge Carlos Jañez.

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