A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) vai monitorar o atendimento dos usuários de planos de saúde e criar um banco de dados com informações sobre as doenças apresentadas por eles. De acordo com a gerente-geral de integração da agência, Jussara Macedo Rötzsh, o banco de dados está sendo construído por meio do Siepi (Sistema de Informações Epidemiológicas). O sistema foi criado pela agência em 1999 e ampliado em 2004. Jussara afirma que, com o sistema, a ANS consegue cruzar informações repassadas pelos hospitais, clínicas e laboratórios para o Ministério da Saúde com os dados enviados pelas operadoras de planos de saúde para a própria agência. Os resultados são tabulados e se tornam uma base para futuras mudanças na cobertura dos planos estabelecidas pela ANS. “Podemos planejar ações para o futuro. Teremos dados sobre todos os nascimentos, mortes e doenças de usuários de planos de saúde”, afirma. Ela conta que, atualmente, não existe um banco de informações tão completo quanto o que está sendo feito. Jussara afirma que, no caso dos atendimentos realizados em hospitais da rede pública, por exemplo, é possível saber quantas mulheres fizeram uma cesariana, mas não quantas dessas mulheres têm planos de saúde e quantas não têm. “Se muitas mulheres que têm plano usam a rede pública, podemos checar qual é o problema e modificar a cobertura do plano.” A gerente afirma que o programa Tiss (Troca de Informação em Saúde Suplementar), que também vem sendo implantado pela agência, vai facilitar na montagem do bancos de dados. O programa padroniza as guias e facilita a transmissão dos dados. Associações de médicos criticaram o sistema por acreditarem que ele fere a privacidade dos pacientes. As guias padronizadas têm um campo em que os médicos podem informar a doença do paciente para a operadora. Jussara disse que o preenchimento desse campo é facultativo. Quando a transmissão for feita por meio de computador, a informação será criptografada, só podendo ser acessada por profissionais autorizados. Folha online