23 de agosto de 2011

O Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena poderá ficar sem cirurgiões torácicos e vasculares a partir do próximo dia 2, prejudicando o atendimento dos pacientes. O contrato firmado entre os médicos e a Secretaria de Estado da Saúde será encerrado nessa data. Mesmo faltando dez dias para o fim do prazo, a categoria não conseguiu contato com a Organização Cruz Vermelha, atual administradora do Trauma.

Além da falta de diálogo para a renovação do contrato, os médicos reclamam das condições de trabalho. A unidade de saúde está com equipamentos sem manutenção, quadro de enfermeiros reduzidos e, às vezes, chega até a ficar sem insumos médicos. É o que conta o médico Valdir Delmiro, presidente da Cooperativa dos Neurocirurgiões, Neurologistas, Cirurgiões Vasculares e Cirurgiões Torácicos do Estado da Paraíba (Neurovasc). “Pacientes chegam a ser transferidos para outros hospitais, porque não há como eles serem atendidos no Trauma, devido à falta de condições de trabalho”, afirma.

O médico explica que a cooperativa entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde, mas foi orientada pelo órgão a procurar a Cruz Vermelha, que recebeu do governo a responsabilidade de administrar o hospital. “Nosso setor jurídico já tentou contato com a atual administração do Trauma, mas não obteve respostas. Se até o dia 2 essa situação não for resolvida, infelizmente, teremos que deixar de dar os plantões. Sem a cobertura do contrato, será caracterizado exercício ilegal da profissão”, declarou.

A categoria médica também reivindica a contratação das equipes de apoio que foram demitidas no início da administração da Cruz Vermelha. A ausência desses profissionais, principalmente, os da enfermagem, está sobrecarregando os médicos e causando deficiência no atendimento aos pacientes. “Não queremos deixar de prestar assistência à população. Não estamos reivindicando nenhum centavo, apenas melhores condições de trabalho para garantir a segurança dos próprios  pacientes”, completou.

O promotor da Saúde, João Geraldo Barbosa vai se reunir hoje com representantes da Cruz Vermelha para discutir assuntos relativos ao contrato de administração do hospital.

Ele disse que ainda não recebeu informações oficiais sobre os problemas alegados pelos médicos. “Irei me reunir com o presidente da ONG Cruz Vermelha para saber se o contrato firmado está sendo cumprido.

Em relação à afirmação do  procurador do Ministério Público do Trabalho Eduardo Varandas, que considerou ilegal o contrato de trabalho dos funcionários do Trauma com a Cruz Vermelha, João Geraldo afirmou que também irá investigar o funcionamento do hospital. Mas, agirá com cautela. “Não se trata de mais um hospital público, mas de uma instituição público-privada. Por isso, preciso analisar a situação para saber a minha competência”, destacou.

A diração do Trauma foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta edição a assessoria de imprensa do hospital não havia encaminhado resposta.

Fonte: Nathielle Ferreira (Jornal da Paraíba)

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