Após decisão judicial que proíbe a atuação de cooperativas médicas, bloco cirúrgico foi interditado pela direção do hospital

As cirurgias eletivas e de urgências do Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa, estão suspensas desde o último final de semana após a decisão judicial que proíbe a atuação de cooperativas médicas na saúde da Paraíba. Nesta segunda-feira (16), a diretoria do Conselho Regional de Medicina na Paraíba (CRM-PB) participou de uma reunião com o diretor-geral da unidade, Bruno Leandro de Souza, para discutir a situação e procurar providências.

De acordo com o diretor de fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, o órgão está preocupado com a situação das crianças que precisam do Arlinda Marques, já que a unidade é o único hospital referência da Paraíba em cirurgias infantis, tanto de urgência quanto em eletivas.

“A partir de agora, as crianças que precisarem de algum procedimento cirúrgico serão encaminhadas para Hospital de Emergência e Trauma. Estamos preocupados como será feito o transporte das crianças para o hospital e já reforçamos a necessidades delas permanecerem no Trauma no pós-operatório”, explicou Eurípedes Mendonça.

Na última quinta-feira (12) o Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou que o Governo da Paraíba e seis cooperativas médicas foram multadas por contrato trabalhista irregular. O estado foi executado em R$ 3,4 milhões e as cooperativas também, com o mesmo valor. Depois disso, as cooperativas foram notificados e deixaram os hospitais.

A proibição de contratação das cooperativas foi destaque na edição do domingo (15) do Fantástico, da Rede Globo. Em entrevista ao programa, o secretário de Saúde da Paraíba, Waldson de Souza, afirmou que será preciso fazer um planejamento para se adequar à determinação. “A gente vai ter que apresentar o planejamento e cumprir as escalas de plantões médicos em todos os hospitais do estado”, destacou.