A Associação Brasileira de Psiquiatria e outros sete grupos relacionados a centros de assistência e pesquisa em transtornos alimentares lançaram um comunicado defendendo ampla discussão entre profissionais de saúde, representantes da indústria da moda, associações de pais e mestres e de instâncias governamentais e jurídicas, a fim de propor medidas de real impacto na proteção da saúde física e mental dos jovens. Os trágicos falecimentos de Ana Carolina Reston e Carla Sobrado Casalle, ocorridos recentemente, trouxeram à tona a necessidade de campanhas preventivas contra a anorexia, bulimia, compulsão alimentar periódica e outros transtornos alimentares não especificados, que acometem em torno de 10% das mulheres jovens. As entidades também estão divulgando a nota à imprensa da Academia para Transtornos Alimentares, organização transdisciplinar com mais de 1,4 mil membros em todo o mundo, que apela para a proibição de modelos com peso excessivamente baixo em desfiles e revistas. COMUNICADO: À população Os centros de assistência e pesquisa em transtornos alimentares do Brasil e Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP vêm, conjuntamente, através desse comunicado, posicionarem-se acerca do recente falecimento de jovens em decorrência de transtornos alimentares. Os Transtornos Alimentares, anorexia e bulimia nervosas, transtorno da compulsão alimentar periódica e transtornos alimentares não especificados acometem em torno de 10% das mulheres jovens. Estes transtornos levam ao prejuízo da saúde física e psicossocial numa faixa etária em que normalmente não se espera encontrar alta morbidade. A anorexia nervosa apresenta um dos mais altos índices de letalidade entre os transtornos mentais, podendo aumentar em até 17 vezes o risco de morte do indivíduo acometido. É importante ressaltar que o desenvolvimento de um transtorno alimentar ocorre a partir da interação entre fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais. A valorização excessiva de um padrão de magreza extrema pode contribuir fortemente para o desenvolvimento e manutenção de padrões alimentares inadequados em pessoas suscetíveis. A maior parte da população acometida é composta de indivíduos comuns, entretanto, alguns grupos especiais se encontram em risco aumentado para o desenvolvimento dos transtornos, como bailarinas, modelos e praticantes de esportes que dependem de forma mais direta do peso. Os trágicos falecimentos de Ana Carolina Reston e Carla Sobrado Casalle ocorridos recentemente, trazem à tona a necessidade de uma discussão ampliada entre as várias instâncias da sociedade, envolvendo profissionais da área de saúde, representantes da indústria da moda, de associações de pais e mestres e de instâncias governamentais e jurídicas, com o objetivo de elaboração de propostas de real impacto na proteção da saúde física e mental dos jovens. Este comunicado visa também divulgar a nota oficial à imprensa elaborada pela Academia para os Transtornos Alimentares, entidade internacional que congrega profissionais de saúde na área dos transtornos do comportamento alimentar. Desejamos, portanto, contar com o apoio oficial da imprensa e dos órgãos de comunicação e das entidades de classe na publicação desta nota em sites relevantes e em jornais de grande circulação nacional e regional. Desde já, agradecemos a atenção, e contamos com seu auxílio e colaboração. Atenciosamente, • Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP • Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares (GOTA/IEDE-UFRJ, RJ) • Grupo de Estudos e Assistência em Transtornos Alimentares (GEATA- CEAPIA, POA,RS) • Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (AMBULIM / IPQ-USP, SP) • Projeto de Atendimento, Ensino e Pesquisa em Transtornos Alimentares na Infância e Adolescência (PROTAD – AMBULIM / IPQ-USP, SP) • Programa de Orientação e Assistência aos Transtornos Alimentares (PROATA-UNIFESP/EPM, SP) • Projeto de Investigação e Intervenção na Clínica da Anorexia e da Bulimia (INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE, SP) • Grupo de Estudos em Nutrição e Transtornos Alimentares (GENTA, SP)

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