A escassez de recursos do Hospital e Maternidade Flávio Ribeiro Coutinho, em Santa Rita, com a consequente falta de anestesistas e possibilidade de interdição da unidade de saúde pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) foi discutida na manhã desta quinta-feira (18), na Promotoria da cidade entre as partes envolvidas. Direção do hospital, prefeitura, Secretaria de Saúde, CRM-PB e Ministério Público expuseram os problemas e soluções para que a população de Santa Rita não fique sem os serviços do único hospital e maternidade públicos da cidade. Na última sexta-feira (12), o CRM-PB fiscalizou o hospital e constatou que há uma quantidade insuficiente de anestesistas, o que torna o atendimento inviável em um hospital que realiza partos, cirurgias e atende mais de 3,7 mil pessoas por mês.

O hospital Flávio Ribeiro Coutinho é uma instituição filantrópica, que recebe recursos de doações, do Ministério da Saúde, através do SUS, e da Prefeitura de Santa Rita. De acordo com a direção do hospital, o repasse dos recursos pela Prefeitura vem sendo vendo feito regularmente e em dia, no entanto, são insuficientes para cobrir os custos do hospital, o que vem gerando dívidas com fornecedores, a Cooperativa de Anestesistas da Paraíba (Coopanest), dentre outros.

Durante a audiência na Promotoria, o prefeito Emerson Panta informou que já agendou uma reunião com os vereadores da cidade para que eles conheçam as estatísticas e dados financeiros do hospital e, assim, possam aprovar um projeto de lei que aumente o aporte financeiro da prefeitura à unidade de saúde. Além disso, o prefeito sugeriu uma “gestão compartilhada” do hospital, uma espécie de administração assistida para que se melhore, também, a gestão da unidade.

“Todos aqui reconhecemos a importância do hospital para o município e sua região. A maternidade de Santa Rita responde por uma quantidade expressiva de nascimentos no Estado, sendo a segunda no volume de partos da região metropolitana. Além disso, o hospital oferece clínica médica e cirurgia geral. Por essa importância, não pode funcionar sem anestesistas. O CRM vê essa situação com preocupação e por isso espera que esses problemas sejam resolvidos o mais rápido possível”, destacou o presidente do CRM-PB, Roberto Magliano de Morais, durante a audiência.

Ele também acrescentou que entrará em contato com a presidência da Coopanest para que ela garanta a presença de anestesistas no hospital até o dia 1º de agosto. Na sexta-feira passada (12), a Coopanest garantiu que manteria os profissionais até o dia 25 de julho. Após este prazo, o CRM-PB faria uma nova fiscalização e, se o problema não tivesse sido resolvido, iria interditar eticamente o hospital.

Após a audiência na Promotoria, ficou acordado que na próxima segunda-feira (22), a direção do hospital irá se reunir com os vereadores na Câmara Municipal para que exponha a situação financeira da unidade de saúde e a necessidade de um volume maior de recursos por parte da administração pública. Após esta audiência, as partes se reunirão novamente na Promotoria de Santa Rita.

Importância do hospital – O Hospital e Maternidade Flávio Ribeiro Coutinho atende cerca de 3,7 mil pacientes por mês, oferecendo serviços em obstetrícia, cirurgia geral, clínica médica, UTI e ambulatório de urgência. Possui 101 leitos conveniados com o SUS, sendo 34 para maternidade, 46 para clínica médica, 12 para cirúgica e 8 para UTI. Ainda atende 120 pacientes por dia no setor de imagens, realizando raio X, ultrassonografia, tomografia, além do laboratório de análises clínicas.

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