Por Dra Cristiana Ribeiro Coutinho Furtado
MÉDICA CRM-PB: 3890
Pediatra RQE 2539
A trajetória das mulheres na Medicina vem de longa data e, assim como em outros aspectos da vida, elas tiveram que enfrentar muitos preconceitos, discriminações e proibições. O caminho das mulheres na medicina é marcado por histórias de reconhecimento, destaque e superação. Desde os primeiros passos de pioneiras como Elizabeth Blacwell, a primeira mulher nos Estados Unidos a receber um diploma de medicina em 1849; Rita Lobato, a primeira brasileira a concluir o curso de Medicina em 1887; Maria Odília Teixeira, a primeira médica negra formada no Brasil em 1909, que abriram caminhos para que outras pudessem seguir seus passos, desbravaram o campo médico, enfrentando preconceitos e limitações; até as líderes de hoje, que moldam o futuro da saúde com sua competência e empatia, a jornada é repleta de inspiração.
Ser mulher na medicina é um desafio diário. Desde a faculdade até a prática profissional, enfrentamos obstáculos, que vão além da dedicação aos estudos e do compromisso com os pacientes. Além disso, a pressão para equilibrar vida profissional e pessoal pesam mais sobre nós: espera-se que a mulher seja não apenas uma excelente médica, mas também uma mãe e esposa exemplar, como se tivesse que escolher entre a carreira e a família.
No ambiente de trabalho a desigualdade se reflete em salários menores, talvez por ocupar mais especialidades menos remuneradas, como clinica medica e pediatria; e ter uma sub-representação em especialidades que são melhor remuneradas, como cirurgia geral, neurocirurgia e cirurgia cardíaca; menor representatividade em cargos de liderança e o assédio que, infelizmente, ainda é uma realidade.
Apesar disso, as mulheres seguem conquistando espaço e mudando a medicina. Hoje, já são maioria nas faculdades de medicina e vêm ocupando especialidades antes inacessíveis. A luta por equidade, reconhecimento e respeito continua, e cada médica que enfrenta esses desafios abre caminho para as próximas gerações. Afinal, ser mulher e médica não é apenas um desafio, é também uma conquista diária.