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Por Dr. Walter Azevedo

MÉDICO CRM-PB: 2035

Anestesiologista – RQE 1523

 

Vivemos um momento em que a medicina se transforma a cada dia. Tecnologias emergentes nos oferecem diagnósticos mais precisos, inteligência artificial, telemedicina, terapias personalizadas, tratamentos mais eficazes e um conhecimento médico que se renova a cada instante. Mas, paradoxalmente, ao mesmo tempo em que a ciência médica evolui, testemunhamos o enfraquecimento de seus pilares mais fundamentais: a ética, a humanização e o compromisso com a vida.

 

Hoje, o poder econômico se impõe sobre a prática médica de forma preocupante. Multiplicam-se, em ritmo acelerado, novas escolas médicas, muitas vezes sem a estrutura mínima necessária, sem hospitais de ensino adequados, sem professores experientes. A formação de médicos, que deveria ser um processo cuidadoso, rigoroso e centrado no ser humano, vem sendo tratada como uma oportunidade de negócio.

 

A medicina está sendo mercantilizada. O número de faculdades cresce não para atender a uma necessidade real de saúde pública, mas para atender ao apetite financeiro de grupos privados. O resultado? Profissionais muitas vezes mal preparados, que ingressam em um sistema já adoecido, onde a quantidade vale mais do que a qualidade.

 

Além disso, a tecnologia, que deveria ser uma aliada da medicina humanizada, está em muitos casos se tornando um substituto do olhar, do toque e da escuta atenta. A pressa por resultados e a dependência de exames sofisticados têm afastado médicos de seus pacientes. Estamos nos esquecendo de que, antes de sermos cientistas, somos cuidadores.

 

E se olharmos para a indústria farmacêutica, o cenário é igualmente alarmante. O lucro se tornou o maior determinante das prioridades. Medicamentos são lançados com preços inacessíveis, campanhas promovem o uso excessivo de remédios, enquanto doenças negligenciadas continuam sem investimento. A saúde virou um mercado. A vida, um produto.

 

Não podemos aceitar que o interesse financeiro se sobreponha ao compromisso com a dignidade humana. A medicina deve ser um ato de empatia, responsabilidade e serviço. Não pode se curvar diante do capital, nem se render aos interesses de poucos em detrimento da saúde de todos.

 

Precisamos resgatar os valores que inspiraram a medicina desde seus primórdios. Precisamos formar médicos que saibam ouvir, que respeitem a dor do outro, que valorizem a ciência, mas que jamais esqueçam que cada paciente é, antes de tudo, uma pessoa. A medicina só fará sentido enquanto for feita com amor.

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