Por Dr. José Calixto da Silva Filho
MÉDICO CRM-PB 3650
CIRURGIA GERAL – RQE Nº: 2021
Sou médico. E sou gestor hospitalar. Essa dupla perspectiva não é apenas uma carreira; é a ponte essencial que conecta a ciência da saúde à arte da administração. Em um grande hospital, a eficiência não é apenas sobre números; é sobre o tempo que salva vidas e a logística que garante que o bisturi certo esteja na mão certa.
Enquanto médico, vi e vejo de perto o impacto da decisão gerencial na beira do leito. Enquanto gestor, sei que a saúde financeira e operacional do hospital determina a qualidade do tratamento que podemos oferecer.
Nosso papel vai muito além do CRM e do ERP. É a liderança estratégica que:
1) Garante a Qualidade Clínica: Ninguém melhor que um médico para compreender as necessidades reais da equipe assistencial. Implementamos protocolos clínicos baseados em evidências, garantindo que a excelência médica seja o padrão, não a exceção. Somos o advogado do paciente na esfera administrativa. A cada alta bem-sucedida, a cada crise superada e a cada processo otimizado, está a marca da gestão hospitalar eficaz. Não somos clínicos, mas somos essenciais para que o clínico possa salvar vidas. O futuro da saúde passa, inevitavelmente, pela profissionalização e valorização deste papel.
2) Otimiza Recursos com Visão: O desperdício de um insumo é um recurso a menos no CTI. Aplicamos o rigor clínico na gestão de supply chain, orçamentos e tecnologia, garantindo que cada investimento se traduza em melhores desfechos clínicos e na sustentabilidade do hospital. Garantimos que o estoque de medicamentos seja preciso, que os equipamentos estejam em pleno funcionamento e que a infraestrutura física suporte o atendimento de milhares de pessoas. É a logística que assegura que o insumo certo chegue ao paciente no momento exato.
3) Humaniza a Gestão de Pessoas: Liderar médicos e profissionais de saúde exige empatia e autoridade baseada no conhecimento mútuo. Facilitamos o diálogo entre as áreas técnica e administrativa, construindo uma cultura de responsabilidade compartilhada e redução do burnout. Lidamos com a cultura, o clima organizacional e os conflitos inerentes a um ambiente de alta pressão. Nosso foco é promover a humanização tanto para o paciente quanto para o profissional de saúde, assegurando que o foco no atendimento de excelência seja uma constante.
Em um ambiente de alta complexidade, a figura do médico gestor é a única que consegue, simultaneamente, planejar um futuro financeiramente saudável e garantir que a próxima emergência seja atendida com a máxima capacidade técnica.
Não administramos apenas leitos e verbas; administramos a esperança e a segurança de milhares de vidas. O sucesso de um grande hospital está intrinsecamente ligado à capacidade de quem o lidera de entender o paciente e o balanço. Essa é a minha missão, e é o que torna a gestão hospitalar o motor vital da saúde.