CRM-PB Entrevista: Ádila Roberta Rocha Sampaio

O neonatologista é o médico pediatra responsável pela assistência com o bebês recém-nascidos até o 28º dia de idade. Ele atua nas disfunções que necessitam de cuidados especializados intensivos, como os prematuros. Para a neonatolgista Ádila Sampaio, é uma área apaixonante da pediatria, que ela abraçou há doze anos. “As inúmeras possibilidades de cuidado à infância e às famílias das crianças me fez admirar ainda mais a minha escolha pela pediatria e neonatologia”, afirma.

 

Formada em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com residência em Pediatria e Neonatologia pelo IMIP, Mestrado em Saúde Coletiva pela Unisantos, atualmente, é médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) e consultora em Aleitamento Materno pelo Instituto Mame Bem.

 

Na entrevista a seguir, ela fala que ainda há um número elevado de nascimentos prematuros e, para se reduzir este número, é preciso cuidar das mulheres desde a gestação, para que a gravidez aconteça de maneira planejada e em boas condições de saúde. Ela fala também sobre o atendimento neonatal em João Pessoa, sobre amamentação, sua rotina de trabalho e o amor à profissão.

 

Em novembro, foi realizada a campanha de conscientização sobre a prematuridade, o Novembro Roxo. O que fazer para reduzir o número de partos prematuros?

Infelizmente, o número de nascimentos prematuros ainda é muito elevado. Diversas situações contribuem para esse cenário. Para reduzir o número de nascimentos prematuros é preciso cuidar das mulheres desde antes da gestação, para que a gravidez aconteça de maneira planejada e em boas condições de saúde. É necessário também acompanhar o pré-natal de forma adequada, garantindo acessibilidade aos serviços de saúde, realização dos exames preconizados e monitorização próxima das gestações de alto risco. E, por fim, é preciso olhar para as cesarianas eletivas que, historicamente, contribuem para o aumento do número de nascimentos de bebês prematuros tardios.

 

Qual a importância do aleitamento materno e como os médicos podem incentivar as mães a amamentarem seus filhos?

O aleitamento materno é muito mais que alimentar uma criança com o melhor alimento para ela. Lembrando que o leite materno é completo (não existe leite fraco) e é único de cada mãe para o seu bebê, adequando-se às necessidades de cada fase da criança. Além disso, o aleitamento materno contribui para fortalecer o vínculo entre a díade mãe-bebê, favorece o desenvolvimento orofacial, reduz o risco de doenças respiratórias e de diarreias e contribui para diminuição do risco de obesidade e diabetes no adulto, além de outros benefícios. Os médicos que acompanham as mulheres e suas famílias nesse período podem orientar sobre a importância e as vantagens do AM, como essa mulher pode se preparar emocionalmente para essa fase, onde e como elas podem buscar ajuda caso enfrentem dificuldades. Além disso, podem ajudar no manejo da amamentação que pode ser muito desafiador para os binômios no início do processo. Trabalhar com uma equipe multidisciplinar também contribui bastante para o êxito no suporte à amamentação.

 

Como a sra avalia o atendimento neonatal na rede pública de João Pessoa?

Temos tido muitos avanços nos últimos anos, mas ainda há muitos desafios a vencer. Além disso, o número de leitos obstetrícia e neonatais nem sempre comportam de maneira confortável a demanda. Mas é importante lembrar que fazemos um trabalho primoroso em relação à assistência aos prematuros e ao aleitamento materno. Todas as maternidades de João Pessoa, por exemplo, trabalham com o Método Canguru e possuem também o Título de Hospital Amigo da Criança e da Mulher.

 

Como é a sua rotina de trabalho? Como define a neonatologia?

Eu trabalho de segunda a sábado. Passo visita no Alojamento Conjunto do HULW, realizo preceptoria com alunos de medicina e residentes de pediatria e faço plantão na UTI neonatal. A neonatologia é uma área muito bonita e potente.

 

Por que a sra escolheu esta especialidade médica?

Eu escolhi essa especialidade porque me apaixonei pelos cuidados intensivos dedicados aos bebês prematuros. Mas ao longo dessa caminhada de 12 anos na neonatologia, outras inúmeras possibilidades de cuidado à infância e às famílias das crianças me fez admirar ainda mais a minha escolha pela pediatria e neonatologia.

Spotify Flickr Facebook Youtube Instagram
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.