14 de novembro de 2016

Por João Modesto Filho

Embora o Diabetes possa ser prevenido, diagnosticado e tratado, a epidemia dessa afecção progride rapidamente em todo o mundo. Em 2014, 422 milhões de pessoas eram portadoras de diabetes, enquanto em 1980 eram 107 milhões. Esse Dia Mundial do Diabetes tem por finalidade sensibilizar os vários setores da sociedade alertando para a prevenção, reforçando os cuidados do tratamento e intensificando o monitoramento. Afinal, só no Brasil, o Diabetes foi responsável por cerca de 5 milhões de mortes em 2015 e estima-se que, atualmente, existam em torno de 14 milhões de diabéticos no país.

Nesse sentido, o diabetes é um grave problema de saúde pública se considerarmos o número crescente de pessoas acometidas e os riscos a que estão sujeitas, levando a enormes custos tanto humanos como econômicos. Apesar de ser uma doença conhecida há mais de 4 mil anos, só em 1921, portanto há menos de 100 anos, foi que tivemos o primeiro tratamento medicamentoso com a descoberta da insulina no Canadá por Best e Banting. Por essa descoberta foram laureados com o Prêmio Nobel de Medicina. O tratamento oral (comprimidos) foi introduzido com algum sucesso apenas na década de 1950.

Ou seja, durante séculos não havia tratamento medicamentoso para o diabetes e os pacientes eram submetidos basicamente a regimes dietéticos severos. No caso dos diabéticos que necessitavam de insulina, pela sua inexistência, em questão de semanas ou meses, ocorria o êxito letal. Atualmente dispomos de vários tipos de insulinas e de outras substâncias injetáveis, e de inúmeras classes de comprimidos para tratamento oral. Nas crianças e adolescentes – usualmente diagnosticadas como diabetes Tipo 1 – o diabetes surge de forma abrupta e com uma rica sintomatologia: tomar água em excesso, urinar muito e perda de peso repentina; nesses casos, é obrigatório o uso da insulina.

No adulto, particularmente depois de 30-40 anos de idade, geralmente obeso, o que caracteriza o diabetes Tipo 2, a doença pode progredir sem sintomatologia, ou seja, silenciosamente e, muitas vezes, é diagnosticada quando ocorrem complicações nos olhos (retinopatia), vasos (aterosclerose), rins (nefropatia), ou nervos (neuropatia), situações que interferem negativamente com a qualidade de vida. Por isso, é uma das principais causas de cegueira, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e amputação de membros inferiores.

O diagnóstico é feito quando a glicemia de jejum for igual ou superior a 126 mg/dL, embora uma glicemia ao acaso e com sintomas evidentes for igual ou superior a 200 mg/dL também leve ao diagnóstico. A maior parte dos diabéticos é do Tipo 2 (90%) e geralmente são obesos, sedentários e de hábitos alimentares inapropriados. Por isso, o passo inicial para um tratamento eficaz leva em conta a mudança de hábitos alimentares com refeições regulares e equilibradas, a prática de atividade física, seguir a prescrição médica, não fumar e evitar bebidas alcoólicas. Dessa forma terá uma vida saudável, evitando as complicações crônicas e desenvolvendo as habilidades para um bom equilíbrio físico e mental.

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